Problema estomacal afeta desempenho contra o Deportivo Lara, mas não impede classificação
A análise do empate em 1 a 1 com o Deportivo Lara, que garantiu o Santos na terceira fase da Libertadores, precisa ser dividida em duas partes. A primeira sobre o primeiro tempo de domínio completo do Peixe em Caracas, na Venezuela, e a segunda levando em conta apenas a falta de ideias e problemas para sair da pressão adversária depois do intervalo.
Mas é preciso, também, falar de um problema grave revelado pelo técnico Ariel Holan: uma dor de barriga em jogadores e membros da comissão técnica que deixou grande parte da delegação debilitada na partida desta terça-feira. É impossível falar da queda de rendimento no segundo tempo sem citar isso.
O problema estomacal começou depois do jantar da última segunda-feira. Jogadores e demais funcionários acordaram já durante a madrugada se sentindo indispostos e dormiram pouco por causa das necessidades fisiológicas.
Isto posto, podemos analisar, ainda com mais propriedade, o desempenho do Santos contra o Deportivo Lara. Era claro que o problema prejudicaria o Peixe, principalmente com o passar dos minutos, e deve ter sido decisivo para o segundo tempo abaixo do primeiro.
O Santos começou muito bem na partida desta terça-feira. Dominou o primeiro tempo. Não criou tantas chances, mas foi para o intervalo com 1 a 0 no placar e quase 70% de posse de bola. O Deportivo Lara é que parecia ser o visitante em Caracas – jogava com linhas baixas e praticamente não pressionava os santistas.
Ariel Holan montou o Santos com Alison entre os zagueiros nas saídas de bola e os laterais centralizados para que os defensores tivessem mais opções. Felipe Jonatan, pela esquerda, chegou com perigo em duas oportunidades na etapa inicial. Foi por ali que começou e terminou a jogada do gol do Peixe, de falta, marcado por Soteldo.
O segundo tempo, porém, foi bem diferente. Principalmente pela necessidade de correr atrás do placar, o Deportivo Lara adiantou suas linhas e tirou a tranquilidade do Santos, que saía jogando sem pressão na etapa inicial.
O Peixe não conseguiu reagir à mudança de postura do Deportivo Lara. Acumulou erros de passes, teve problemas na recomposição e viu os donos da casa empatarem justamente no maior problema dos últimos anos: a bola aérea.
As válvulas de escape do Santos passaram a ser os jogadores que entraram no segundo tempo, descansados: Lucas Braga, Gabriel Pirani e Bruno Marques. O Peixe até puxou alguns contra-ataques, mas a maior parte do segundo tempo foi de erros de saída de bola e pressão do Deportivo Lara.
Para conseguir sair da “armadilha” montada pelos donos da casa, o Santos precisava aproximar mais seus jogadores no campo de defesa e trocar passes para buscar as costas dos defensores adversários. Isso, porém, não saiu do papel.
Mesmo diante de todos os problemas, o Santos conseguiu se classificar para a próxima fase da Libertadores. Agora, aguarda o vencedor do confronto entre Universidad de Chile e San Lorenzo.
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