Tática de Rogério Ceni quase prejudica Flamengo, no Chile

Rogério Ceni sabe que erros não podem se repetir em mata-mata
Rogério Ceni sabe que erros não podem se repetir em mata-mata. Foto: Staff Images / CONMEBOL

Time carioca evita derrota e sai com empate em 2 a 2

A ideia é sedutora: escalar os principais talentos do meio-campo para frente e compensar eventuais equívocos defensivos com um jogo ofensivamente sufocante, baseado na alta qualidade de seus atletas. Foi isso que levou o treinador do Flamengo, Rogério Ceni, ainda no Brasileiro do ano passado, a recuar William Arão para a zaga e colocar Diego como primeiro volante. Uma decisão ousada que tem ônus e bônus. O custo-benefício é que consagrará ou desgraçará tal teoria.

No Chile, contra o La Calera (lanterna de seu grupo na Libertadores), o saldo foi desanimador. Enfrentando um ataque iniciante, o sistema defensivo do time carioca falhou com clamor nos dois gols chilenos. Perdendo por 2 a 0, os atacantes não conseguiram reverter a situação para garantir os três pontos e os 100% de aproveitamento que daria ao rubro-negro carioca a classificação antecipada e provavelmente, o primeiro lugar em sua chave. A muito custo, a derrota foi evitada com o empate em 2 a 2.

Na primeira tentativa da equipe chilena pode-se responsabilizar Bruno Viana, que errou três vezes no mesmo lance. No segundo, um dos problemas crônicos do time voltou a dar o ar da graça. Escanteio contra e marcação completamente perdida. Resultado: William Arão acabou tocando para o fundo da rede do Flamengo. Foi o sétimo gol sofrido em cobranças de corner, somente nesta temporada – fora outros em diversos tipos de bola parada.

Muito se fala na péssima qualidade das pausas do grupo do Flamengo. Mas suas deficiências não estarão sendo exaltadas por essa formação na qual um volante virou zagueiro e um meia-armador (de 36 anos) se tornou o primeiro cabeça-de-área. E também não ficam mais expostos pela obrigação de sair jogando em passes curtos, quando nem sempre têm qualidade para tanto.

Talvez seja difícil que Rogério Ceni reconheça que sua inovação ainda não funciona na equipe e que provavelmente, seria mais prudente voltar a ter um volante de ofício (o próprio Arão ou Hugo Moura) e, na defesa, dois zagueiros de cargo. Foi uma partida de atuações defensivas desastrosas como a que se viu no Chile. Diante de um oponente mais forte poderia significar eliminação na fase de mata-mata da Libertadores.

Teimosia de Everton Ribeiro

Everton Ribeiro voltou a passar em branco. Seu único lance de destaque foi no pênalti que sofreu. Em compensação, foi de uma falha sua que nasceu o contra-ataque que originou o escanteio e o segundo gol chileno. O jogador, poderia ter sido substituído por Pedro ou por Vitinho. Mas o treinador optou por tirar João Gomes, que estava bem no jogo e deixou Vitinho no banco, embora ainda tivesse duas substituições a fazer.

E agora, Abel?

Praticando um jogo reativo, mas altamente eficiente, o Palmeiras venceu o Independiente Del Valle, em Quito (façanha para poucos) com 100% de aproveitamento (agora é o único na competição) e classificou-se antecipadamente para as oitavas de final da Libertadores. Será que agora o treinador utilizará os atletas titulares, em busca do título paulista? Possa ser que Abel Ferreira ainda resistirá à ideia, mas a pressão da torcida será grande.

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