O retorno de Dudu: os bastidores da aprovação de Abel e decisões de Galiotte

Dudu recebe abraço do presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte
Dudu recebe abraço do presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte. Foto: Marcos Ribolli

Palmeiras se preparava há algum tempo para a volta do atacante

O anúncio da definição do retorno de Dudu ao Palmeiras pegou muita gente de surpresa. Mas o próprio clube já contava com essa possibilidade e se preparava para isso há algum tempo. Na realidade, desde a negociação, no meio de 2020, a diretoria já pensava nessa possibilidade, tanto que houve a liberação por empréstimo.

Para aceitar esses moldes, porém, o presidente Maurício Galiotte decidiu que só toparia liberá-lo se fosse um valor considerado “altíssimo” para um empréstimo. E conseguiu: o clube recebeu sete milhões de euros (cerca de 43 milhões na conversão da época).

Já naquela época, pessoas da cúpula do clube viam o negócio como excelente, pois o Palmeiras receberia esse valor alto pelo empréstimo e, um ano depois, ou teria o jogador de volta ou ganharia mais seis milhões de euros pela venda definitiva.

Os dirigentes palmeirenses celebraram o desfecho das negociações, já que o Palmeiras recebeu sete milhões de euros, conquistou três títulos sem Dudu e agora tem o atleta de volta.

Vale destacar que embora contasse com a alternativa, o Palmeiras também se surpreendeu com a postura do Al Duhail, que não fez qualquer tipo de contato para tratar da permanência definitiva do jogador, mesmo que fosse para avisar sobre a decisão de não comprá-lo.

“Pausa” nos reforços e preocupação

O Palmeiras também já vinha se preparando financeiramente para o retorno de Dudu. E isso aumentou há pouco mais de um mês, quando o jogador não foi inscrito na Liga dos Campeões da Ásia, pelo Al Duhail, e a chance de voltar se tornou mais concreta.

Com isso, o clube freou a sua busca por reforços, sobretudo por conta do impacto que o salário de Dudu terá na folha salarial do Palmeiras. Ele voltará ganhando os maiores pagamentos do grupo.

Existia uma preocupação do Palmeiras em não fazer contratações caras que, somadas ao retorno de Dudu, pudessem prejudicar financeiramente o clube e gerar problemas, como atrasos de pagamentos, e etc.

O retorno do atacante também pode acelerar a venda de algum atleta do elenco, já que o clube passa por dificuldades financeiras devido a pandemia da Covid-19.

Contatos frequentes e aprovação de Abel

Desde o empréstimo, no meio de 2020, o presidente Maurício Galiotte tinha contatos frequentes com Dudu. Na comemoração do título paulista contra o Corinthians, ainda no gramado, participou de uma chamada de vídeo com o atacante e disse: “Ano que vem você está aqui!”.

Nesses contatos, Galiotte sempre deixou claro seu desejo pelo retorno do atacante. Tanto que, na reta final do período de compra do Al Duhail, bateu o pé: ou receberia o valor integral acordado, ou o atleta retornaria ao clube, sem negociação.

A comissão técnica também vinha sendo avisada da possibilidade da volta do atacante. E isso contou com a aprovação do treinador Abel Ferreira para acontecer. Abel avaliou de forma muito positiva Dudu, algo que foi evidenciado pela diretoria do Palmeiras.

A princípio, Dudu se reapresentará ao Palmeiras no começo de julho, já que o empréstimo ao Al Duhail só termina em 30 de junho. Ele só poderá ser inscrito e atuar em 1º de agosto, quando abre a janela de transferências.

O Palmeiras tenta a liberação antecipada para inscrevê-lo até 23 de maio, data do fechamento da janela, mas vê condições ” impossíveis” de obter sucesso nesse pedido.

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