Sterling Brown foi preso por estacionamento irregular e, na abordagem, policiais usaram uma arma de choque contra ele
O armador Sterling Brown entrou em acordo com a prefeitura de Milwaukee, capital do estado do Wisconsin nos Estados Unidos, após policiais usarem uma arma de choque contra ele, em 2018, em uma prisão por estacionamento irregular. O acordo entre o jogador do Milwaukee Bucks e a prefeitura da cidade foi estabelecido em mais de R$ 4 milhões.
Os advogados de Brown rejeitaram uma oferta de US$ 400 mil da cidade no ano passado. O incidente ocorreu em janeiro de 2018, quando a polícia atirou em Brown com uma arma de choque quando o atleta foi questionado sobre o seu veículo estar estacionado em fila dupla.
“A cidade de Milwaukee queria dar-me US$400 mil para que ficasse quieto depois de policiais terem ajoelhado em meu pescoço, pisado no meu joelho e me atingido com uma arma de eletrochoque. Mas eu não podia ficar quieto. Rejeitei essa oferta porque tenho a responsabilidade de ser uma voz que ajude a mudar essa narrativa para meu povo. E, para isso, eu tenho que contar a história. Precisamos conversar sobre a brutalidade policial e esse sistema corrupto”, explicou Brown, admitindo que poderia ter tido o mesmo destino do assassinado George Floyd.
Na situação, Brown teria parado em uma vaga para deficientes físicos em uma farmácia em Milwaukee. O jogador foi abordado por policiais que, segundo o processo judicial, fizeram uso desnecessário da força e violaram seu direito, garantido pela quarta emenda da constituição norte-americana, de se proteger de buscas e apreensões arbitrárias. A ação dos policiais foi tratada como “imprópria” pelas autoridades locais.
Durante o processo, Brown e seus advogados sustentaram que a prisão foi baseada em racismo, além dos policiais terem usado força excessiva ao usar uma arma de choque. De acordo com Shams, a cidade vai admitir através de um comunicado que Brown sofreu uma violação constitucional e se comprometerá a incorporar mudanças nos procedimentos operacionais padrão do Departamento de Polícia de Milwaukee dentro de 180 dias.
Na época do episódio, o jogador se manifestou enquadrando o caso como racismo:
“Situações como a minha, e ainda piores, acontecem todos os dias na comunidade negra. E o denominador comum de todas essas situações tem sido o racismo contra as minorias”, desabafou o jogador
O Milwaukee Bucks se pronunciou sobre a resolução do caso em um comunicado. A franquia disse estar satisfeita que o processo foi resolvido através de um acordo e que foi assumido um compromisso, por parte da prefeitura e do departamento de polícia da cidade, de fazer mudanças nos protocolos de abordagem policial.
— Milwaukee Bucks (@Bucks) November 9, 2020
“Ninguém deve passar pelo assustador abuso e injustiça que Sterling passou. Nós parabenizamos Sterling por sua resposta corajosa para essa situação terrível, através de sua história e luta junto a grupos locais, para promover mudança em nossa comunidade”, divulgou o time em nota.
O Milwaukee Bucks foi o time que liderou o boicote da NBA durante a bolha da Disney após o caso de violência policial contra Jacob Blake na cidade de Kenosha, também no estado de Wisconsin.
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