Marco Belinelli, Sterling Brown, Kyle Korver, Jonathan Isaac e Anthony Tolliver fazem parte de comitiva que visitou Vaticano
O papa Francisco recebeu nesta segunda-feira (23) cinco jogadores da NBA, principal liga de basquete do mundo, em uma comitiva para discutia atuação dos atletas em questões de racismo e justiça social. Além dos craques, membros da Associação Nacional de Jogadores de Basquete (NBPA, em inglês) também estiveram na reunião realizada no Vaticano.
A comitiva inclui Marco Belinelli, do San Antonio Spurs; Sterling Brown e Kyle Korver, do Milwaukee Bucks; Jonathan Isaac, do Orlando Magic; e Anthony Tolliver, do Memphis Grizzlies. As informações são da “ESPN”.
A última temporada da NBA chegou a ser paralisada por causa de protesto dos jogadores contra o racismo. O movimento foi impulsionado principalmente pela morte de George Floyd, em maio, vítima da violência policial. A morte de Floyd deu novo impulso ao movimento “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam, em português).
Um assistente do Papa Francisco entrou em contato com a NBPA na semana passada, indicando que o Papa queria saber mais sobre como os jogadores recentemente chamaram a atenção para questões urgentes de justiça social e desigualdade econômica – e o que planejam para o futuro, disseram membros da NBPA à ESPN. Além disso, o Papa gostaria de mais informações sobre ideias que o movimento tem para o futuro. O sindicato concordou e agendou rapidamente um voo no domingo para o encontro nesta segunda-feira. Com o camping de treinamento marcado para começar no dia 1° dezembro, jogadores e dirigentes sindicais precisaram encaixar a viagem agora.
De acordo com informações divulgadas pelo Vaticano, todos os presentes na reunião realizaram testes para o novo coronavírus e tiveram diagnóstico negativo.
“Estamos extremamente honrados por esta oportunidade de vir ao Vaticano e compartilhar nossas experiências com o papa Francisco. Sua franqueza e disposição para discutir essas questões foram inspiradoras e um lembrete de que nosso trabalho teve um impacto global e deve continuar avançando”, disse Korver.
Jogadores e o sindicato, em cooperação com a liga, usaram seu palco no reinício da temporada 2020 da NBA em Orlando para colocar um holofote em assuntos como brutalidade policial, racismo e outras questões. A maioria dos jogadores escolheu várias mensagens relacionadas à justiça social – incluindo “Diga seus nomes”, “Igualdade” e “Chega” – para colocar acima de seus números nas costas de seus uniformes. A liga e o sindicato concordaram em pintar “Black Lives Matter” ao longo da linha lateral. Quase todos os jogadores e treinadores se ajoelharam durante a execução do hino nacional antes dos jogos.
Brown e Korver estavam jogando no Milwaukee Bucks, que decidiu boicotar um jogo contra o Orlando Magic após Jacob Blake, um homem negro de 29 anos, ser assassinado por policiais em Kenosha, Wisconsin. A greve do Bucks inspirou uma onda de ações parecidas em vários esportes.
Brown, que acertou com o Houston Rockets para a nova temporada, esteve envolvido em um caso de brutalidade policial. No início de 2018, oito policiais de Milwaukee cercaram o jogador no lado de fora de um mercado para investigar uma possível infração de estacionamento. Brown foi jogado ao chão e chegou a ser agredido com um equipamento elétrico de um dos policiais. Em ação na Justiça, foi indenizado neste mês em US$ 750 mil (cerca de R$ 4 milhões).
A reunião ocorreu por iniciativa do papa Francisco. Um intermediário dele entrou em contato com a Associação Nacional de Jogadores de Basquete para marcar o encontro no Vaticano. A próxima temporada da NBA terá início no dia 22 de dezembro.