Franquia se refugiou em Orlando, na Flórida, e conseguiu terminar temporada sem novos casos de covid-19
A principal liga de basquete do mundo, a NBA, fechou um complexo esportivo da Disney, em Orlando (EUA) para proteger seus jogadores da contaminação pela novo coronavírus. A bolha criada pela liga virou referência no mundo do esporte.
Com o apoio da Associação de jogadores da liga mais o auxílio financeiro da Associação nacional de basquete, a Universidade de Yale nos Estados Unidos aproveitou o espaço controlado para investir no desenvolvimento de testes de saliva priorizado para pessoas sem sintomas da covid-19. A NBA chegou a investir cerca de R$ 2,8 milhões (US$ 500 mil).

O primeiro ponto efetivo dos testes veio nos resultados. Ao invés de sete dias de espera, era possível observar positivo ou negativo em até 24 horas. Além disso, o custo foi o menor já produzido, de US$10, equivalente a R$56. Nenhum atleta das 22 equipes testou positivo para o novo coronavírus em 10 semanas de isolamento na bolha.
A FDA, agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, autorizou o uso dos testes em todo o país, classificando-o como inovador. A eficácia do controle foi tão efetiva que o estado da Flórida, registrou um pico de 15 mil casos diária durante a pandemia.
“A agilidade nos resultados foi fundamental para o controle do vírus (na bolha). As pessoas iam fazer o teste, e levava de cinco a sete dias para o resultado. E essas pessoas potencialmente seguiram ainda propagando o vírus”, contou a pneumologista Tânia Ferreira ao Globo Esporte.
Veja mais: Anthony Davis pretende recusar player option e renovar com os Lakers
Protocolos severos
As 113 páginas do relatório de segurança e saúde da NBA determinava o uso obrigatório de máscaras em todos os eventos públicos com exceção dos treinos e jogos. Fora dessas situações, o recomendado foi que o rosto fosse coberto e que mantivessem distância mínima de 1,80m de distância entre as pessoas.
Para uma prevenção melhor ainda, uma série de dispositivos esteve à disposição de jornalistas, funcionários e principalmente de jogadores. Um dos dispositivos era o “anel inteligente” que é capaz de medir a temperatura, as frequências cardíacas e respiratória, além de outras variáveis.
Quatro participantes receberam punições após se aproximarem de outro indivíduo a menos de dois metros. Isso só foi possível de ser captado através do chip que todos os atletas receberam quando chegaram ao complexo esportivo da Disney. O chip é tão pequeno que cabe no bolso.
O jogador brasileiro Bruno Caboclo que defende o Houston Rockets, foi o primeiro a quebrar o protocolo de isolamento estabelecido. Deixou seu quarto antes do horário mínimo permitido de dois dias. Para compensar, teve que cumprir oito dias isolados da comissão técnica e de seus companheiros de quadra.
Leroy Sims, diretor médico da NBA, ressaltou a importância que os atletas possuíram com êxito da empreitada. “Para montar tudo isso nossa equipe consultou especialistas em doenças infecciosas, os melhores epidemiologistas, revisamos todas as pesquisas. E assim criamos nossos protocolos: testes diários, regras de higiene, monitoramento minucioso dos atletas. E o mais: nos esforçamos para que todos estivessem engajados para cumprir as normas”, afirmou Sims.