Em ‘Getting a Grip’, atleta mostra o que a fama pode representar para alguém que já havia conquistado muitos títulos aos 19 anos
Monica Seles, uma das melhores tenistas de todos os tempos, escreveu uma autobiografia onde aborda vários temas da sua carreira que teve episódios de sucesso e de sofrimento quando estava, porventura, no melhor momento da sua vida profissional com apenas 19 anos.
No seu livro ‘Getting a Grip’, a antiga tenista fala daquilo que a fama pode representar para alguém que, aos 19 anos, já tinha oito títulos do Grand Slam conquistados e lembra episódios marcantes com o seu agente Tony Godsick (que trabalha atualmente com Roger Federer).
A ex-líder do ranking, Monica Seles, tem 30 de abril de 1993 como o “pior dia de sua vida”. Aos 19 anos, Monica vivia como um dos maiores fenômenos da história do tênis e por conta disso, foi esfaqueada em quadra por um torcedor.
Nascida na Iugoslávia, em Novi Sad, hoje território sérvio, e naturalizada norte-americana, Monica era tida por muitos como a única tenista capaz de alcançar e quem sabe bater os feitos da alemã Steffi Graf – dona de 22 títulos do Grand Slam, que na ocasião do ocorrido tinha conquistado 11 títulos. E foi este o motivo do ataque por ela sofrido.
Seles foi esfaqueada diante de um público de mais de seis mil pessoas presentes à quadra durante as disputas do extinto torneio WTA de Hamburgo, na Alemanha. A apunhalada pelas costas por pouco não deixou Monica incapaz de andar, chocou o mundo e traumatizou a jovem, que ainda tentou retomar a carreira dois anos depois, sem o mesmo brilho.
Monica é a quinta maior tenista da história na liderança do ranking feminino, 178 semanas no total. Ela ficou 91 semanas seguidas na liderança do ranking, entre setembro de 1991 e junho de 1993, quando Graf retomou o posto com a parada de Seles, que não teve seu ranking ‘congelado’, após o atentado, por escolha das colegas. Apenas a argentina Gabriela Sabatini, que se absteve, não votou contra o congelamento, dos pontos de Monica até o fim de sua recuperação.
Em seu livro, Monica falou sobre um título conquistado em Los Angeles:
“Naquele momento, mesmo na altura em que levantava o troféu, decidi que ia dedicar-me de corpo e alma a esta modalidade. Seria 100 porcento de mim dedicada ao tênis e não apenas 50 porcento para que os outros 50 fossem dedicados à minha vida social. Nesse momento descobri a grande diferença entre ser famoso e ser uma celebridade. Ser famoso vem com o sucesso. Ser uma celebridade vem de ti”, revelou.
A tenista, até o atentado, havia sido tricampeã em Roland Garros e Australian Open, além de bicampeã no US Open e finalista de Wimbledon em 1992. Após seu retorno venceu mais uma vez o Australian Open, fez a final em Paris em 1998 e em Nova York em 1996. Monica, que acumulou 53 títulos na carreira, ainda foi medalhista de prata nas Olimpíadas de Sidney em 2000 e entrou para o Hall da Fama do Tênis em 2009.
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