“Nunca experimentei drogas. Acho que o esporte tem que ser limpo”
Gabriel Medina vem treinando todos os dias – coisa que, desde o início da pandemia do novo Coronavírus, não podia fazer. Neste mês, ele estreia no Pipe Masters, no Havaí, após um ano de dúvidas. Em entrevista ao UOL Esporte, o surfista relata que em Maresias (SP), onde mora, as praias encontram-se ainda mais lotadas do que antes da recomendação de isolamento.
Fora o mundial, Medida busca a medalha Olímpica de Tóquio, no primeiro ano em que o esporte estará entre as modalidades dos jogos. Conta que por ser bicampeão do mundo, acredita que a pressão sobre ele é ainda maior do que seu companheiro brasileiro Ítalo Ferreira – e que notou os efeitos dessa pressão logo após vencer o mundial pela primeira vez.
“Mas isso que é legal no esporte, eu gosto dessa rotina de pressão; gosto de buscar meu melhor, de me preparar para qualquer situação. Sei que as pessoas sempre vão torcer pelo novato, por quem está chegando e não tem muita experiência. Mas tenho uma torcida gigante ao meu lado, e isso me motiva cada vez mais”, fala.
Para tanto, aumentou os treinos desde que as medidas de isolamentos foram alargadas. Antes, treinava em casa somente a parte física.
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“Hoje, passo uma hora e meia, duas horas, na academia. O mar tem tido pouca onda, então não tenho surfado muito. Assim que chegar ao Havaí, volto a treinar intensamente. Nenhuma preparação é melhor do que estar na água surfando”, conta.
Por um esporte limpo
O surfista Gabriel Medina contou ao UOL Esporte ao longo do anúncio de sua nova patrocinadora, a instituição de depilação “Espaçolaser”. Entre os assuntos da breve conversa, o atleta falou sobre as mudanças nas normas da Agência Mundial Antidoping para a Olímpiada.
A agência passou a rotular drogas como maconha, cocaína, ecstasy, heroína como “substâncias de abuso”, com menor penalização. Ao ser interrogado, como atleta olímpico, sobre a alteração, o surfista se diz leigo no assunto. “Nunca experimentei droga, nunca tomei nada. Sou a favor do esporte estar sempre o mais limpo possível”.
Sophia Medina de 15 anos, irmã de Gabriel, também é patrocinada pela marca. No decorrer do evento, o atleta elogiou a caçula e ainda se comparou a ela quando iniciou no surfe.
“É muito legal acompanhar de perto a evolução da minha irmã. Me choca a dedicação que ela tem ao surfe, me lembra a mim mesmo quando eu era moleque. Entrava no mar cedo, saía para almoçar e ficava até escurecer. E ela vem nessa mesma pegada”, contou.
Em relação ao mundial, Medina afirma que a alteração de rota para o início da competição é novidade: acostumado a decidir títulos no Havaí, o Estado receberá a primeira etapa do torneio.
A final será na Califórnia, o que na sua opinião não é um dos locais mais agradáveis para se competir. “Não acho que a Califórnia tem ondas ideais para definir uma competição, mas estou me preparando: para ser o melhor do mundo, é preciso se adaptar a qualquer situação”.
Apesar de estar entusiasmado para iniciar os treinos no Havaí – Medina chegou ao Estado na quinta-feira (26) – o atleta fala que as ondas são muito disputadas por lá.
“Em três horas de água, pego duas ou três ondas. É muita gente —os atletas e os locais. Em Maresias, nesse mesmo tempo, pego umas 60 ondas. Mas faz parte, no outro dia tento de novo e é isso. A gente sempre dá um jeito”, finalizou.
Fonte: UOL Esporte