
Brasileira bateu Joselyne Edwards pelo card preliminar do UFC Overeem x Volkov, e emendou a terceira vitória em três lutas pelo Ultimate
Em sua estreia em Las Vegas, Karol Rosa fez bonito e conquistou a terceira vitória seguida no Ultimate. Por decisão unânime dos juízes (triplo 30-27), ela venceu a panamenha Joselyne Edwards, em disputa peso-galo do card preliminar do UFC Overeem x Volkov, no último sábado (6). A motivação extra se manter invicta na competição veio do intenso sangramento sofrido na boca. Confira a entrevista coletiva apresentada na íntegra no site do Globo Esporte.
“Não percebi quando cortou, nem vi qual golpe que foi (o responsável pelo ferimento). Mas quando eu vi o sangue, foi a primeira vez em todas as minhas lutas que eu sangrei desse jeito, fiquei até empolgada. ‘Caraca, é isso mesmo, está saindo sangue, vamos que vamos’. Quando eu vi o sangue, me empolgou ainda mais porque eu percebi que amo o que eu faço, e estaria ali independente do que acontecesse. Eu poderia sangrar até morrer, mas eu iria ficar ali. Estava me amarrando”, contou a brasileira, em entrevista coletiva após a luta.
Rosa sequer sabia onde estava cortado, só entendeu o que estava acontecendo no intervalo do segundo para o terceiro round. No entanto, apesar de não ter tido medo da luta ser interrompida e o sangramento ter dado um gás a mais, a lutadora admitiu que o volume de sangue postergou o combate.
“Eu estava buscando algumas finalizações, mas tinha muito sangue. Eu até tentei pegar a americana, mas estava escorregando, não tinha firmeza. Eu tinha treinado um golpe com meu mestre, de ir para o leg lock, mas eu acabei não indo também justamente por causa do sangue. Estava escorregando muito, eu acabei ficando com medo de tentar pegar e escorregar. O sangue me atrapalhou um pouco. Ficou bem escorregadio”.
De acordo com Karol, o importante era a vitória e mostrar mais o seu potencial de versatilidade. A brasileira preferiu não desafiar ninguém, mas tem planos ambiciosos.
“Esse ano eu tenho uma meta de entrar para top 15, ir para top 10, e quem sabe até top 5. Eu sei que tenho potencial para estar entre as melhores. Não tenho ninguém em mente, quem o UFC colocar para mim está bom. Estou preparada para qualquer uma que eles colocarem. Pode ser top 10, top 5”.
Essa foi a primeira vez que Karol Rosa enfrentou uma rival estrangeira. Seus dois primeiros duelos no Ultimate foram respectivamente, diante das compatriotas Lara Procópio e Vanessa Melo. Em setembro de 2020, enfrentaria a americana Sijara Eubanks, mas acabou não batendo o peso. A rival seguinte seria a ex-campeã dos moscas Nicco Montaño, que se lesionou, sendo substituída por Joselyne Edwards.
“Como mudou a adversária, a gente teve que mudar a estratégia também. Mas sabíamos que o único perigo que a minha adversária poderia dar era no boxe. Ela é boa no boxe, striker, mas eu sou faixa-preta de jiu-jítsu. Meu mestre falou bem assim: ‘Acredita no seu jiu-jítsu, você é faixa-preta, então você pode colocar para baixo e pode finalizar’. Isso me deixou bem confiante. Nas minhas duas lutas no UFC, eu não pude mostrar toda a minha versatilidade, que era colocar para baixo, ficar no ground and pound. Mas nessa luta eu consegui ficar mais confiante graças ao meu mestre, que é o responsável pelos chutes que agora fazem parte do jogo da peso-galo”.
“Antes de ir para PRVT eu não chutava. Tinha muito medo de chutar por causa da lesão que eu tinha no joelho. Eu só comecei a chutar quando eu entrei para a PRVT. O mestre Paraná falou: ‘Cara, chuta, você tem um chute forte. Seu diferencial é o chute, pode acreditar que as meninas vão sentir. Você tem a perna grossa, você tem o chute forte, então vai dar certo’”.
Assim como muitos atletas que iniciaram o ano lutando, Rosa não pôde aproveitar o Natal e nem o Ano Novo. Questionada sobre o que gostaria de comer agora, a brasileira, dona de 14 vitórias e 3 reveses, não hesitou em dizer que queria “um churrasquinho”.
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