Colorado tem defesa sob desconfiança para Gre-Nal
De volta a Porto Alegre após um dia dividido entre deslocamentos de ônibus e avião fretado, o Inter já respira o Gre-Nal do próximo domingo (16), às 16h (de Brasília), no Beira-Rio, pela partida de ida da final do Gauchão. A preparação para o clássico começa com um olhar atento para corrigir falhas em um sistema defensivo que chega sob desconfiança para a primeira das duas disputas decisivas com o maior adversário.
A derrota de virada por 2 a 1 para o Deportivo Táchira, na última terça-feira (11), no Estádio Pueblo Nuevo, escancarou um problema que é rotina para a defesa do treinador Miguel Ángel Ramírez: os gols sofridos na segunda etapa. Os números estão aí para provar.
O Inter sofreu 10 dos 12 gols nas 14 partidas da era Ramírez após o intervalo – cinco deles depois dos 30 minutos. Em outras palavras, 83,3% dos gols sofridos vieram no segundo tempo.
Que a verdade seja dita: o Inter também marca a maioria de seus 35 gols com o treinador no segundo período, 22 deles. Mas ao contrário das goleadas recentes, a queda de desempenho após abrir o placar na Venezuela resultou em falhas no sistema defensivo e em contestações sobre Zé Gabriel.
Minutos após a derrota, ainda no Estádio Pueblo Nuevo, Ramírez atrelou a queda de rendimento ao desgaste, estimulado por um gramado que “come pernas”. Mas os gols sofridos na segunda etapa perseguem o time além do cansaço. E mesmo nas goleadas, o Colorado sofreu cinco gols nas últimas cinco partidas: todos elas, no segundo tempo.
Os gols sofridos com Ramírez:
12 gols em 14 jogos – Média de 0,85 gol/jogo
- 1º tempo:
1-15min: 0
15-30min: 1
30-45min: 1
Acréscimos: 0 - 2º tempo:
1-15min: 3
15-30min: 2
30-45min: 4
Acréscimos: 1
Desconfiança ao lado de Víctor Cuesta
Além da queda de rendimento de um time que “paralisou” após abrir o placar, a derrota de virada foi construída sobre falhas da defesa. Casos de Zé Gabriel e Edenílson. Mas se o volante é titular absoluto do time, o zagueiro vê crescer as contestações sobre a sua própria titularidade.
Aos 31 da segunda etapa, Nelson Hernández aproveitou um sistema defensivo estático para invadir a área e buscar um passe cruzado. Zé Gabriel tentou afastar, mas a bola foi mal rebatida. Virou assistência para o meia fazer o gol de empate.
Foi suficiente para uma enxurrada de críticas ao defensor, acompanhadas de pedidos de titularidade para Lucas Ribeiro no clássico. A posição está aberta para o Gre-Nal deste domingo e começará a ser decidida no treino desta quinta-feira (13).
Apesar de contestações recorrentes, Zé Gabriel se mantém no time por sua atuação na saída de bola – parte vital do esquema de jogo do treinador. O zagueiro tem um bom passe para contribuir com a construção de jogadas, e leva vantagem nos números em comparação a Lucas Ribeiro.
Os parceiros de Cuesta:
- Zé Gabriel
11 jogos
8 vitórias
1 empate
2 derrotas
9 gols sofridos – média de 0,81 gol sofrido/jogo
33 gols feitos (2 do Zé Gabriel) – média de 3 gols feitos/jogo - Lucas Ribeiro
6 jogos
3 vitórias
3 derrotas
5 gols sofridos – média de 0,83 gol/jogo
5 gols feitos – média de 0,83 gol/jogo
Ramírez costuma falar que projeta estratégias e escalações conforme a demanda de cada jogo. No primeiro Gre-Nal, com derrota por 1 a 0 na Arena, Lucas Ribeiro foi o escolhido. Inclusive, quase fez um golaço em arrancada desde a defesa.
O elenco gaúcho se reapresenta para começar a preparação para o Gre-Nal nesta quinta-feira.
LEIA MAIS
Cristiano Ronaldo chega aos 100 gols na Juventus e quebra recordes