Colorado é batido por 2 a 1 pelo Sport e perde invencibilidade de 12 jogos
O Inter vinha de 12 jogos e um total de 80 dias sem saber o que era perder no Campeonato Brasileiro. E perdeu. Perdeu logo quando tinha a possibilidade de abrir quatro pontos de vantagem na liderança, garantir a vaga direta na fase de grupos da Copa Libertadores e dar ares de decisão de título à próxima rodada, a antepenúltima.
Tudo isso não aconteceu. E explica também o tamanho da inversão de expectativas pela derrota por 2 a 1 para o Sport, na noite desta quarta-feira (10), no Beira-Rio, pela 35ª rodada do Brasileiro.
A perda dos três pontos em casa freia uma arrancada que parecia segura rumo ao tetra e que deixa o vice-líder Flamengo encostado a um ponto de distância. Mas uma derrota que, além de suas consequências alarmantes, veio de suas próprias falhas.
O resultado foi construído em cima de erros individuais, algo pouco visto nas 12 partidas anteriores de invencibilidade. O Inter chegou à liderança isolada do Campeonato Brasileiro a partir de atuações sólidas, perto do “erro zero”.
“A noite não é boa. Ela é péssima. Isso fatalmente sempre ocorre com uma equipe ou outra. É normal, mas não vamos deixar cair”, comentou Abel Braga. Confira toda a entrevista na íntegra no site do Globo Esporte.
E pareceu que todas as falhas antes evitadas foram despejadas em 24 minutos de partida na quarta-feira. É o intervalo de tempo entre a expulsão de Uendel e os três gols do jogo.
Aos 25 da primeira etapa, o lateral-esquerdo perdeu uma disputa de bola aérea no meio de campo para Marquinhos. O atacante adversário arrancou livre em direção ao gol, e Uendel ficou de mãos atadas: optou pela falta para impedir a chance clara de gol e recebeu cartão vermelho.
Abel colocou Praxedes para preencher a lateral esquerda com Léo Borges. O período que o time precisou para se ajustar em campo com um homem a menos foi fatal. Rodrigo Dourado errou ao tentar um passe para trás, e Marcão fez a interceptação. Só parou após deslocar Lomba e abrir o placar.
Erros e mais erros
Com um a menos e atrás no marcador, o Inter se desestabilizou em campo. E aí começou uma sucessão de ironias. Foi justo quando estava mal que achou o gol, marcado por Patrick.
O empate fez o time reassumir o controle e pressionar pela virada. Foi justo quando estava bem que o Sport se aproveitou de um novo erro grave, desta vez de Marcelo Lomba, para voltar à frente no placar.
Os erros construíram o resultado, mas a derrota não passa apenas pelos lances capitais. O Inter também parou em suas dificuldades de furar uma verdadeira retranca armada por Jair Ventura.
Foi assim nos primeiros 25 minutos, antes da expulsão de Uendel. E também durante todo o segundo tempo, mesmo com um jogador a menos. Mas com a ressalva de que o Sport tinha campo para explorar – sem sucesso – os contra-ataques.
O Leão se defendia com todos os atletas atrás do meio-campo: uma linha de cinco defensores, uma linha de quatro meio-campistas em frente à área e apenas Dalberto adiantado. Por vezes, tinha oito jogadores dentro da área.
O Inter até finalizou bastante. Foram 17 conclusões a gol. Mas a criação ofensiva dependia apenas da bola aérea. A exceção fica por conta de um lance individual de Caio Vidal com bola na trave.
“Não atiro responsabilidade em ninguém. O responsável sou eu e continuará sendo. Já cansei de dizer que não jogamos bem e não merecíamos vencer. A responsabilidade é minha. O que mais queremos é dar isso, o que não se consegue há 41 anos. Isso não muda. Deixaremos cada gota de suor em São Januário”, reiterou o treinador Abel Braga.
O Colorado segue líder do Campeonato Brasileiro com 66 pontos, mas a apenas um de vantagem para o vice-líder Flamengo. O Inter volta a campo no próximo domingo (14), às 16h (de Brasília), quando enfrenta o Vasco em São Januário pela 35ª rodada do Brasileirão.
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