Heptacampeão mundial diz que pouco mudou desde que ele começou trajetória na principal categoria do automobilismo
Depois de conquistar o heptacampeonato mundial de Fórmula 1 e igualar o recorde de títulos de Michael Schumacher, Lewis Hamilton segue firme no propósito de promover a diversidade no esporte e combater o racismo. Mesmo liderando uma comissão para analisar o cenário atual e propor medidas que facilitem a inclusão, o piloto da Mercedes deixou claro em entrevista à TV BBC que a jornada é complicada
– Ninguém está fazendo o dever de casa para descobrir por que nosso esporte não é diverso, então eu montei uma comissão para realmente tentar descobrir quais são as barreiras e ver como podemos encontrar um fundamento, você sabe, encontrar uma plataforma real para ser capaz de abrir as portas para jovens negros entrarem no STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e na engenharia – disse o heptacampeão.
Único piloto negro da história da Fórmula 1, Hamilton lamentou o fato de que nem mesmo seu sucesso na categoria, com 94 vitórias e 97 pole positions, tenha sido suficiente para abrir o caminho para que outros pilotos de sua cor chegassem à categoria:
– Começamos em 1992 ou 93 e sempre fomos a única família negra em cena e, honestamente, pensei que estarmos lá quando chegássemos à Fórmula 1, pensei que apenas estar lá quebraria barreiras, abriria portas e incentivá-lo a ser um esporte mais diversificado. Mas eu percebi no ano passado, após 14 anos, que isso mal mudou.
Apesar disso, o piloto mais vitorioso de todos os tempos destacou seu papel em continuar encorajando a diversidade na Fórmula 1, ainda mais no atual contexto da sociedade mundial.
– Foi difícil, eu tentei falar sobre isso no passado, mas sempre teve, sabe, sempre teve um pouco de recuo e não era a coisa mais fácil de falar. Mas eu acho que, particularmente com o movimento Black Lives Matter, há um despertar e uma oportunidade de usar sua voz e eu senti uma grande responsabilidade por minha sobrinha e meu sobrinho que são birraciais, por todas as crianças, particularmente os negros e a minoria lá fora que potencialmente acham que não têm voz, eu pensei “Eu tenho que usar essa plataforma para ajudar a encorajar” – encerrou Lewis.
Em 2020, Lewis Hamilton vem mostrando grande engajamento na luta antirracista. O assassinato do americano George Floyd despertou uma onda de protestos em todo o mundo, e o piloto participou pessoalmente de um ato antirracista em Londres.
Além disso, protestou publicamente para pedir a prisão dos policiais que mataram a americana Breonna Taylor ao usar uma camisa no pódio do GP da Toscana e também criticou o governo da Nigéria por violar os direitos humanos.
É SÓ O COMEÇO
Ao vencer o GP da Turquia, no último domingo, Lewis Hamilton conquistou o sétimo título mundial na Fórmula 1 e se igualou a Michael Schumacher como o maior vencedor da história da categoria. Na entrevista após a corrida, o piloto da Mercedes cravou: “Sinto que estou só começando”.
A frase chamou a atenção de Nico Rosberg. Para o campeão mundial de 2016 e ex-companheiro de Hamilton, a declaração do britânico é uma grande mensagem para os outros pilotos do grid a Fórmula 1.
“Penso que ouvir isso vai assustar alguns rivais. Para Bottas, Verstappen, Vettel ou quem estiver ali, ouvir que ‘é só o começo’ já faz pensar ‘como vai acabar?’. Estou interessado em ver as próximas decisões [de Hamilton], o que vai fazer já que ainda não assinou contrato para o próximo ano”, comentou o alemão em entrevista à Sky Sports.
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