Grêmio se recompõe no Brasileirão, mas sofre até demais em goleada sobre o Botafogo

Gremistas comemoram o gol de Churín, o terceiro na goleada

Tricolor tem bom volume ofensivo e cria muito para voltar a vencer com cinco gols marcados

O cenário perfeito para o Grêmio encerrar as sete partidas sem vitória se apresentou na noite desta segunda-feira (8), no Nilton Santos. A goleada por 5 a 2 sobre o Botafogo, no entanto, não pode ser tomada como uma resposta definitiva. E tem mensagens nas entrelinhas para o futuro do Tricolor.

Em 16 minutos, os gaúchos abriram dois gols de vantagem aparentando nem fazer força com Alisson e Jean Pyerre. A fragilidade do Botafogo, já rebaixado e com Lúcio Flavio como interino, contribuiu de maneira decisiva no resultado e no rendimento.

Porém, no mesmo período, a equipe carioca havia chegado na área do Grêmio com possibilidades de finalização e levando perigo a Paulo Victor. Foram cinco finalizações para fora do Botafogo contra duas do time gaúcho, ambas convertidas.

“Fizemos os gols, isso dá uma tranquilidade. Mas não é porque vencemos uma partida por 5 a 2 que vou achar que está tudo bem, que vou me contentar. Há coisas que precisamos melhorar e treinar ainda mais para que a gente não cometa certos erros. Não menosprezando o Botafogo, mas a gente andou cochilando. Daqui a pouco pegamos algum adversário mais forte e vamos pagar pelos erros”, destacou o técnico Renato Portaluppi.

Meio-campo volta a funcionar

A parte boa foi justamente o volume e a qualidade da partida apresentada pelo Grêmio. Com espaço, o meio-campo funcionou com Maicon de volta como titular após dois meses. Jean Pyerre desfilou sua capacidade de encontrar passes incomuns que mais parecem passatempo para o camisa 10.

Pepê e Alisson tiveram uma circulação próxima a Churín. Cabe também uma situação das últimas partidas: o centroavante, seja o argentino ou Diego Souza, tem criado mais espaços para sua equipe aproveitar.

No primeiro gol, por exemplo, Churín faz o movimento e deixa o centro para Alisson ocupar. Ou seja, houve volume ofensivo, chance para até mais gols e qualidade técnica recuperada.

“Não sei se notaram, mas mudei a parte tática, o posicionamento dele (Alisson). Coloquei mais ao lado do Churín, principalmente no primeiro tempo. É um jogador que converso bastante. Por ser atacante, precisa finalizar mais, mas foi muito bem. Teve outras oportunidades além do gol e estava no lugar que treinamos no domingo”, esclareceu Renato.

Na segunda etapa, Matheus Henrique se soltou e com a parceria de Isaque, marcou dois gols em finalizações da entrada da área. Antes, Churín já havia convertido pênalti para fazer o terceiro do Grêmio.

Alerta na defesa

Só que a vitória também deixa a impressão do Grêmio ter sofrido mais defensivamente do que o necessário. Renato atribuiu isso ao comportamento da equipe em campo, mais presente no ataque.

Mas com 30 segundos Caio Alexandre havia finalizado de dentro da área, algo repetido dois minutos depois. Paulo Victor fez duas defesas, especialmente uma à queima-roupa na segunda etapa.

O alerta não é fato isolado. Nas últimas cinco partidas, foram 12 gols sofridos pelo Grêmio. A então melhor defesa passou a ser a quinta do Campeonato Brasileiro.

A defesa gremista concedeu chances em demasia ao Botafogo. O próprio Renato reconheceu que isso o preocupa, apesar do bom resultado conquistado. Foram só 14 desarmes do Grêmio contra 24 do adversário – a posse de bola esteve 55% do tempo com a equipe gaúcha.

Como os volantes são responsáveis por criar, se movimentam por mais partes do campo. E isso também acaba por eventualmente deixar espaços em frente à defesa Tricolor, seja qual for a escalação. A liberdade de Rafael Navarro no primeiro gol do Botafogo é um exemplo.

A vitória levou o Grêmio aos 56 pontos, na 6ª colocação do Campeonato Brasileiro. Está junto do Fluminense e dois atrás do São Paulo, embora ambos ainda joguem pela rodada na próxima quarta (10). O São Paulo é o adversário de domingo (14), às 20h30 (de Brasília), na Arena, pela 36ª rodada.

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