Vitória e grande atuação contra Palmeiras ratificam boa fase do time cearense, invicto há dez jogos
O domingo (18) foi inteiro de comemorações tricolores. Em aniversário de 102 anos do Fortaleza, o time fez uma das melhores atuações da temporada e garantiu a vitória por 2 a 0 na Arena Castelão. O resultado cai muito na conta de David, que em nova fase anotou dois para o Leão, mas passa também apresenta a constante evolução de toda a equipe cearense.
Rogério Ceni optou por colocar em campo um estilo que vem sendo utilizado pelo Fortaleza nas últimas partidas, com três atacantes, abrindo mão do camisa 9. Com muitos reservas, o Fortaleza manteve sua intensidade desde o primeiro minuto e mostrou novamente que tem muito repertório. O antes Fortaleza de quatro atacantes encontrou um novo esquema e se adapta bem com ele. Venceu Internacional, Atlético-MG, e agora o Palmeiras.
O time cearense começou tentando vencer na troca de passes, construiu oportunidades jogando por dentro e depois que conquistou o primeiro gol, teve mais tranquilidade para criar mais. Palmeiras não pressionava, com isso o Leão crescia e se aproveitava de erros e má transição ofensiva do adversário para dominar a partida. Na segunda metade, a equipe chegou a atuar mais retraída, aproveitando os contra-ataques.
Com o segundo elenco menos valioso do país, segundo o site transfermakt, o Fortaleza mostra uma grande força de adaptação em seu elenco, potencializado pelo grande trabalho do técnico Rogério Ceni. Com dois anos de trabalho (apenas com uma pequena interrupção em 2019), o ex-goleiro segue fazendo o tricolor cada vez melhor e valorizando cada jogador do seu elenco.
Apesar da sequência invicta, Rogério Ceni prefere optar pela cautela ao se referir ao nível da Série A do Campeonato Brasileiro. A preocupação do comandante é focada principalmente nas lesões de jogadores, que na visão do técnico, têm que ser evitadas ao máximo possível.
– Minha chave muda toda quarta e todo domingo, dependendo da posição que meu time aponte. Claro que fico feliz com uma sétima posição, mas não me iludo em um Campeonato Brasileiro. O principal ponto é não perder jogadores por lesão. O elenco é montado de maneira tão exata que a ausência de um por lesão vai causar lesões em outros jogadores porque eles vão ter que estar mais minutos dentro de campo. Às vezes, as substituições não são feitas porque um jogador não está bem no jogo. Às vezes ele está muito bem, mas chegou o tempo dele, eu preciso trocar, e aí eu preciso achar as soluções para manter o nível de jogo – declarou.
Os números e o futebol em campo do Fortaleza são notáveis. O time se reveza na Copa do Brasil, Campeonato Cearense e Campeonato Brasileiro e entrega um alto padrão em cada uma. Apesar do elenco enxuto, Ceni extrai o máximo dos comandados, impõe ideias de competitividade e versatilidade e assim consegue ter mais opções. Com solidez, o Fortaleza vai aumentando a sequência sem derrotas e tem tudo para seguir em crescente.
Essa incrível evolução (principalmente defensiva) em 2020 fica ainda mais notória quando comparamos ás 16 primeiras rodadas do Brasileirão de 2019 versus o de 2020.
Fortaleza na 16ª rodada: BR19 x BR20
Pontos: 18 x 24
Posição: 15º x 7º
Gols feitos: 19 x 16
Gols sofridos: 24 x 11
Grandes chances cedidas: 43 x 21
Chutes para sofrer um gol: 7,5 x 14,4
Jogos sem sofrer gol: 2 x 7
Finalizações sofridas: 180 x 159
Em um anos, o Fortaleza de Rogério Ceni conseguiu sofrer metade dos gols, conceder metade do número de chances aos rivais, aumentar a quantidade de chutes para ser vazado e triplicar o número de jogos sem sofrer gols.