Fluminense se reapresenta nesta sexta, e Marcão terá seis dias para reinventar a equipe para enfrentar o São Paulo

Marcão, técnico do time Sub-23 do Fluminense
Marcão, técnico do time Sub-23 do Fluminense — Foto: Lucas Merçon / FFC

Marcão terá o maior tempo de preparação desde que assumiu o time para corrigir erros e tentar surpreender o líder do Brasileirão no último jogo de 2020

Após perder por 2 a 1 para o Atlético-GO, em Goiânia na última quarta-feira (16) e de retornar ao Rio de Janeiro na quinta-feira (17), o Fluminense se reapresenta nesta sexta-feira (18) e inicia a preparação para o último confronto do ano. Como o elenco ganhou folgas no sábado (19) e domingo (20), o treinador Marcão terá efetivamente seis dias para preparar a equipe que vai enfrentar ninguém menos que o líder do Campeonato Brasileiro no dia 26, às 21h (de Brasília), no Maracanã.

Será o maior tempo que ele vai ter para treinar desde que assumiu o time no último dia 8. Ainda sem nenhuma vitória no comando tricolor e com atuações abaixo da crítica, Marcão vai precisar reinventar a equipe para a árdua missão de tentar surpreender o São Paulo no último jogo de 2020 – e manter vivo o sonho de conquistar uma vaga na Copa Libertadores de 2021.

O Globo Esporte levantou alguns pontos de maior urgência a serem corrigidos no time:

Compactação defensiva

Uma marca do trabalho do antecessor Odair Hellmann, a força defensiva não foi vista nos primeiros dois jogos da “Era Marcão”. A equipe sofreu 31 finalizações e três gols em duas partidas. E só não levou mais porque Marcos Felipe fez alguns milagres. O goleiro tomou conta debaixo das traves, mas as linhas de marcação à sua frente não estão conseguindo o melhor encaixe.

Nos dois confrontos – e até mesmo na elogiada primeira etapa do clássico, nos minutos iniciais – a proteção à dupla de zaga ofereceu muitos espaços. Yuri vem tendo dificuldade para acompanhar as jogadas e errou no primeiro gol do Atlético-GO, enquanto as subidas de Hudson são improdutivas no ataque e deixam buracos na defesa. Contra o Tricolor paulista, Calegari voltará a ser opção, enquanto Luccas Claro ainda precisa ser analisado depois de ser substituído com dores na coxa direita.

Time pesado

A formação com Yuri, Hudson, Nenê e Fred diminuiu a mobilidade e pelo menos nesses dois jogos, deixou a equipe com impressão de estar “engessada”. Marcão é adepto da manutenção da posse de bola, e de fato o elenco teve mais: foram 57% contra o Atlético-GO e 50% (chegou a 69% no primeiro tempo) diante do Vasco. Mas, sem movimentação, fica uma posse de bola estéril.

Marcão será obrigado a mudar o meio de campo no jogo contra o São Paulo devido suspensão de Hudson. Por outro lado, Yago volta de suspensão e vira opção para dar mobilidade ao setor, que continuará sem Martinelli, machucado. Ainda sem uma sequência, André também é opção. Além disso, o treinador precisa achar um melhor posicionamento para Marcos Paulo – um dos poucos passes refinados da equipe, mas que oscila demais – e Nenê, que não é mais o mesmo do início da temporada.

Blocos de marcação

O bloco alto de marcação dos atacantes também era uma característica do Fluminense de Odair, mas que não deu as caras desde a saída do técnico. Voltar a pressionar a saída de bola no campo de ataque, para forçar o erro do rival, é um ponto importante do futebol moderno, principalmente para times com baixo poder de criação, como é o caso da atual equipe do tricolor.

Com a volta de Wellington Silva de suspensão, o atacante é uma boa opção de peça de velocidade para este tipo de primeiro combate e recomposição, assim como Luiz Henrique, que retorna da seleção sub-20, e Pacheco. Lucca também é uma alternativa capaz de oferecer ainda finalizações de fora da área, algo que falta no time. E a bola precisa chegar mais no homem da área, seja ele quem for – titular contra o Atlético-GO, Fred fechou os 90 minutos sem nenhum chute.

Assim sendo, mãos à obra!

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