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Flamengo não funciona e sente ausência de Arrascaeta

    Flamengo x Vasco

    Ensaio pré-libertadores contra o Vasco expõe falta de alternativas para meias titulares

    Classificado para a semifinal do Carioca e com uma estreia da Libertadores em poucos dias, o Flamengo tratou abertamente o clássico contra o Vasco como uma espécie de preparação para o confronto com o Vélez na próxima terça-feira (20).

    A derrota por 3 a 1, em uma atuação muito abaixo do esperado, vai servir, pelo menos de lição: tanto pelo teste que não funcionou como pelo alerta para o restante da temporada.

    Devido a uma confusão contratual, Arrascaeta não participou do duelo e abriu espaço para observações de Ceni. Como o treinador montaria a sua equipe sem um de seus principais jogadores?

    A escolha por João Gomes mostrou a confiança do treinador no jovem, mas também encarou a falta de opções de Ceni quando precisa de um substituto à altura para o uruguaio.

    Neste teste do Flamengo sem Arrascaeta, Gerson foi o escolhido para atuar mais avançado. Mas a atuação do camisa 8 simbolizou bem o resultado: letárgico, ele pouco tocou na bola na primeira etapa e pareceu desconfortável atuando nas posições em que precisou atuar. Primeiro, na direita tentando cair para dentro, e depois como ponta na esquerda. Uma furada dentro da área do Vasco resumiu tudo.

    Rogério Ceni acabou mexendo na estrutura do Fla. Para avançar Gerson, acomodou primeiro Everton Ribeiro na esquerda – experimento que não durou mais do que 15 minutos. O Flamengo sofreu com seus dois meias fora de posição e perdeu fluidez ofensiva. Gomes ainda passou a jogar mais à frente, como armador, com Diego como primeiro volante, praticamente em um 4-1-3-2, mas também não funcionou.

    Vitinho vai bem

    O Flamengo só melhorou na segunda etapa, quando Rogério voltou ao básico: Vitinho, o atleta deste elenco mais próximo de poder substituir um dos meias, entrou na função de Arrascaeta. Gerson e Everton voltaram para seus lugares e a equipe retornou o volume de jogo de outras partidas.

    Não à toa, o time finalizou mais, criou algumas boas oportunidades, e Vitinho foi o melhor da equipe em campo. À medida que o tempo passou, porém, o repertório acabou, e o Flamengo se limitou a cruzamentos. O Vasco teve o mérito de fazer um gol cedo na primeira etapa, ser muito eficiente nas chances que teve e saber fechar bem os espaços na defesa.

    Para o Flamengo, é melhor testar antes e saber o que funciona ou não antes de uma partida de maior importância, como a estreia na Libertadores. A zaga, sem Rodrigo Caio, com Bruno Viana, mostrou insegurança nas poucas estocadas vascaínas e também necessita de atenção.

    A questão maior, porém, é a de que a equipe não tem um substituto confiável para Arrascaeta – muito porque Everton Ribeiro segue em fase ruim. A boa atuação de Vitinho o credencia para uma eventualidade, mas o próprio Rogério Ceni já afirmou que o atleta possui características diferentes.

    Em tempos em que Arrascaeta e seu empresário divergem da diretoria quanto a uma renovação, é difícil imaginar o Flamengo sem seu jogador mais criativo. No primeiro teste sem ele, a maior lição foi saber o que não fazer.

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