Flamengo fica a dois pontos do líder do Campeonato Brasileiro

Rogério Ceni, Flamengo x Vasco - Brasileirão
Rogério Ceni, Flamengo x Vasco - Brasileirão — Foto: André Durão / ge

Time carioca embala com lema da torcida “deixou chegar” e pressiona o Inter

A vitória por 2 a 0 sobre o arquirrival Vasco e a distância de dois pontos para o Inter, líder do Campeonato Brasileiro, ativaram o modo “deixou chegar”, frase característica do torcedor do Flamengo para ilustrar a força rubro-negra na hora da decisão.

Essa onda de otimismo já vinha crescendo desde a vitória por 2 a 0 contra o Palmeiras, mas atingiu um nível mais alto depois do clássico, agora a apenas quatro rodadas para o fim do campeonato nacional. E a alegria dos atletas, dirigentes e torcedores se explica: a partir de agora, o time carioca depende apenas de si para levantar o caneco e o rendimento sólido das últimas partidas.

Sempre comedido, o treinador Rogério Ceni deixou a euforia dentro do vestiário do Maracanã. Mas tratou de empurrar a pressão para o Beira-Rio, cujo clube teve uma sequência de nove vitórias consecutivas em empate com Athletico-PR, em Curitiba. Lembrando que a equipe gaúcha não vence o Campeonato Brasileiro desde 1979.

“O Inter ganhou coisas importantes, duas Libertadores, o Mundial, títulos até maiores que o Campeonato Brasileiro. Continuam favoritos na competição, mas hoje a gente dorme feliz porque a gente voltou a depender só da gente. Manter a cabeça no lugar é relativamente fácil, os jogadores são profissionais. Esses caras já viveram tudo, sabem quão importante é ser campeão. Eles querem, todos nós queremos brigar”, disse Ceni.

Após um início de altos e baixos e cornetas fortes na Gávea, o técnico moldou um Flamengo mais solto em campo e que tem entregado muito suor para recuperar a bola e superar os rivais. Problema crônico em 2020, a zaga se acertou com a entrada de Arão e completou a segunda partida seguida sem ser vazada. Com Diego e Gerson como “volantes”, a equipe carioca melhorou, subiu e preocupa mais os concorrentes a cada rodada que passa.

Contra o Vasco, o time foi dominante no primeiro tempo e teve inteligência para suportar a pressão ensaiada pelo Cruz-Maltino, embora tenha recuado em demasia na etapa final. Com uma equipe formada por atletas que querem a bola, o que se viu foi um time batalhando muito para manter a posse e o controle das ações. Com o casamento de talento e raça, o Flamengo vai diminuindo a diferença e se aproximando do objetivo.

“Diego é um 10 de origem, ele trabalha mais atrás que o Gerson. Quando eles jogam lado a lado, alternamos as subidas. Ainda vão faltar ajustes, Diego não é um primeiro volante, eles são dois ‘8’ ou dois ‘10’. Fico feliz de ver um time com Diego e Gerson e os quatro na frente. Mas sem comandar o jogo, esses jogadores passam a ter que marcar muito”, acrescentou o técnico.

Com o futebol em alta e a matemática a favor, o Flamengo tem a faca e o queijo na mão para deixar a batata quente no colo do Inter. No próximo domingo (7), o time encara o Red Bull Bragantino, às 20h30 (de Brasília), no Nabi Abi Chedid, e assume a ponta da tabela se vencer. Como o Colorado folga no fim de semana, os atuais campeões seriam líderes pela primeira vez nesta edição do Brasileirão e testariam ainda mais a força dos gaúchos.

A dor de cabeça da vez fica por conta de Gerson, que sofreu entorse no tornozelo. Com tempo escasso para recuperação, a presença dele é uma incógnita. Suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Diego está fora. Apesar das pedras no caminho, a confiança está de volta no Ninho. Para Bruno Henrique, o Fla encontrou o caminho para a taça.

“Restam quatro jogos ainda e a gente entrou no trilho, era isso o que a gente queria. Quando a gente entrasse no trilho, a gente conseguiria desempenhar o nosso futebol e fazer o que a gente sempre soube fazer”, finalizou.

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