Flamengo supera altitude de Quito e dispara na Libertadores

Jogadores comemoram o primeiro gol em Quito
Jogadores comemoram o primeiro gol em Quito. Foto: REUTERS/Rodrigo Buendia

Time de Rogério Ceni sofre apagão na volta do intervalo, mas vence a LDU

Foram 60 minutos do mais vigoroso e aclamado futebol do melhor grupo das Américas, e 30 minutos de uma indiferença capaz de deixar até mesmo o torcedor que acompanhava do Brasil pela TV, sem ar.

Na matemática, o Flamengo tem mais razões para comemorar o 3 a 2 sobre a LDU, na altitude de Quito, pela 3ª rodada da Libertadores. Os mais desconfiados não deixam de ter razão pela pulga atrás da orelha com um roteiro que se repetiu na volta do intervalo.

LDU x Flamengo – 1º tempo

  • Posse de bola:44% x 56%
  • Finalizações:3 x 4
  • Escanteios:2 x 1
  • Passes trocados:190 x 239

Os 2.850m de Quito devem sempre ser considerados em qualquer avaliação. A justificativa, por sua vez, perde força quando indicam semelhanças no desempenho do Fla do começo da segunda etapa contra a LDU com o que foi visto na volta do intervalo diante do Unión La Calera, no Maracanã. Uma equipe em baixa voltagem, que deu campo e bola ao oponente, e foi castigado, tanto no Equador quanto no Brasil.

No 4 a 1 da semana passada, os chilenos rondaram a área de Diego Alves e marcaram só um gol. No 3 a 2 da noite de terça-feira (4), os equatorianos exploraram pontos fracos da equipe comandada por Rogério Ceni como pela direita da defesa e no jogo aéreo para buscar o empate e somar incríveis 14 finalizações nos 45 minutos finais. Apenas duas na direção do gol, e dois gols marcados.

LDU x Flamengo – 2º tempo

  • Posse de bola:60% x 40%
  • Finalizações:14 x 6
  • Escanteios:8 x 1
  • Passes trocados:248 x 176

Vale ressaltar também que houve muita coisa boa na atuação do Flamengo no estádio Casablanca. As marcas alcançadas falam por si: é o melhor começo do time na história da competição e o primeiro triunfo sobre a LDU em Quito.

A primeira etapa do Flamengo foi incrível: inteligente, organizado e letal. Com a bola, o time de Ceni dosava energia e atacava de maneira vertical. A escolha por João Gomes na vaga de Gérson deu certo, manteve a estrutura, e o que se viu foi um time ditando as ações e dando de ombros para altitude.

O Flamengo preparava a armadilha para a LDU com uma linha defensiva alta e ajustada, e atacava com aproximação e movimentação. Everton Ribeiro teve uma noite digna dos melhores tempos e fôlego de sobra para jogar e auxiliar Isla na marcação.

Foi dele o passe para Gabriel marcar o primeiro gol do jogo. Pouco depois, obrigou o goleiro a fazer grande defesa em chute de fora da área. Além de uma série de bons passes e dribles da banda do campo para o centro.

Bruno Henrique ampliou a vantagem em chute de fora da área e não seria exagero se o clube carioca fosse para o intervalo com uma vantagem ainda maior. Atuação essa que a equipe ainda não tinha tido na altitude.

O apagão da volta do intervalo já foi citado acima e mesmo quando conseguiu equilibrar as ações, com a saída de João Gomes para a entrada de Hugo Moura, reforçando o poder de marcação, o Flamengo se protegia mais do que se expunha.

A opção era evidente: espetada em contra-ataque. E foi assim, de forma organizada e calma, que Filipe Luís achou Arrascaeta para sofrer pênalti.

Gabriel cobrou com perfeição, como já virou hábito, igualou Zico na artilharia histórica do Flamengo na Libertadores e garantiu a vitória. A esta altura, o torcedor no Brasil já tinha recuperado o fôlego para gritar gol!

No fim, a uma hora de bom futebol sobressaiu aos 30 minutos de apagão. Mas é preciso alguém deixar a luz ligada. Na Libertadores, é melhor não brincar com o escuro.

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