Clube previa chegar pelo menos às semifinais da competição
Como se não fosse suficiente a decepção esportiva pela eliminação na Libertadores, o tombo do Fla para o Racing no Maracanã quer dizer também um forte golpe no orçamento do clube carioca, já afetado pela pandemia e ausência de público nos estádios.
Em sua organização financeira para este ano, o Flamengo calculava chegar pelo menos às semifinais da competição. Com a eliminação nas oitavas de final, deixa de receber 3,5 milhões de dólares, o que corresponde a R$ 18 milhões na cotação atual.
O estrago se soma ao da saída na Copa do Brasil, em que a equipe contava chegar às fases finais. A derrota para o São Paulo indicou que o Flamengo deixou de receber, no mínimo R$ 7 milhões pelas semifinais. Somando os dois campeonatos, são R$ 25 milhões a menos nos cofres do clube carioca em relação ao que foi planejado no início da temporada.
Mesmo que grande parte das premiações sejam encaminhadas como bônus a atletas e comissão técnica, o choque financeiro não é insignificante, se soma à queda de receitas de bilheteria em razão da pandemia do novo Coronavírus e ocorre em um momento em que a diretora necessita resolver pendências no futebol.
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A mais momentânea é a rescisão do treinador Domènec Torrent, mandado embora no começo de novembro. O valor previsto em contrato era aproximadamente de 2 milhões de euros (R$ 12 milhões), mas o time negocia para reduzir o montante.
Na equipe, há outras duas ocorrências em aberto: a renovação do contrato de Diego Alves, brecada por ter sido fechada por uma quantia superior ao permitido pelo departamento financeiro; e a compra de Pedro, estipulada em 14 milhões de euros (R$ 88 milhões). Existem também parcelas a serem pagas de alguns jogadores contratados no começo do ano.
No processo de negociação com a Fiorentina, quem conduz diretamente são os empresários de Pedro. O Flamengo apontou a vontade de ampliar as parcelas previstas para pagamento, mas o time italiano está com o pé no chão e não aceita alterar os moldes da negociação.
A saída do time na competição pode provocar alterações no dia a dia do clube. O departamento médico, ponto de questionamentos nos últimos meses, é uma das questões analisadas internamente. A expectativa é de que o tom das cobranças amplie, principalmente com somente um título a ser disputado – o do Campeonato Brasileiro.
“O peso é gigantesco. A Libertadores tem o maior significado dos campeonatos que nós jogamos na América do Sul. Não há como mensurar o tamanho, o prejuízo financeiro, de confiança, o que pode afetar para o dia a dia. O que temos que fazer é continuar trabalhando firme, fazer com que a equipe produza mais para conquistar o último título, que é o Brasileiro”, falou o treinador Rogério Ceni após a partida.
Com o foco voltado para o Brasileirão, o Flamengo retorna a campo no próximo sábado (5). O time enfrenta o Botafogo às 17h (de Brasília), no estádio Nilton Santos, pela 24º rodada. No momento, o clube rubro-negro é o terceiro colocado da tabela, com 39 pontos, três a menos que o líder Atlético-MG.
Fonte: Globo Esporte