Ferrari tem pior resultado em 40 anos, mas Leclerc vê 2020 como sua melhor temporada

Charles Leclerc Ferrari GP da Inglaterra F1 2020 — Foto: Dan Istitene - Formula 1/Formula 1 via Getty Images
Charles Leclerc Ferrari GP da Inglaterra F1 2020 — Foto: Dan Istitene - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

O sexto lugar da Ferrari na tabela do Mundial de Construtores de 2020 foi o pior resultado do time em 40, quando encerrou 1980 na 10ª colocação. Mas, por outro lado, Charles Leclerc crê que essa tenha sido sua melhor temporada na Fórmula 1 desde que estreou na categoria em 2018.

– Eu vejo essa temporada de duas formas. Pessoalmente, creio que tenha sido a minha melhor temporada na F1. Penso que posso me sentir feliz com o que mostrei na pista – afirma em entrevista a “Autosport”.

O monegasco terminou o ano na oitava colocação, com 98 pontos, quase o triplo conquistado pelo companheiro Sebastian Vettel, que ficou com 33 pontos na 13ª posição. Mesmo com um carro notoriamente lento e arredio, Charles ainda subiu ao pódio duas vezes no ano, na Áustria e na Inglaterra.

Porém, o piloto também cometeu erros que custaram pontos valiosos ao time, como quando bateu em Vettel no GP da Estíria e quando perdeu a chance de pódio ao errar uma tentativa de ultrapassagem na etapa da Turquia.

– Eu assumi riscos que, quase sempre, tiveram um resultado positivo e nos fez ganhar muitos pontos. Claro que em alguns momentos não saiu como eu esperava e perdemos alguns pontos. Mas a temporada foi muito positiva para a minha performance pessoal. Isso me deixa muito feliz e ansioso pelo próximo ano para ver o quanto melhoramos – explica.

Leclerc explica que já na pré-temporada, ficou claro que o carro tinha problemas. Mas que foi o GP da Áustria, o primeiro do ano, que evidenciou isso, apesar de o piloto ter conquistado um pódio de segundo lugar na etapa de abertura. Ainda que a situação tenha sido difícil, o piloto crê que a situação o ajudou a crescer.

– Após os testes de Barcelona, eu penso que já sabíamos que algo não estava certo. Mas durante a temporada, ainda que fosse difícil aceitar a situação após a primeira corrida, já que a realidade era óbvia, trabalhamos muito duro e de forma construtiva. E creio que melhoramos dali em diante. Foram pequenos passos, o que nem sempre é visto na F1. E essa temporada me ensinou muito. Fará com que voltemos mais fortes e espero poder mostrar isso na pista ano que vem.

Leclerc rejeita título de arrogante

Com a rápida ascensão de Charles Leclerc na F1, veio também a popularidade e os novos “amigos” atrelados ao fenômeno. Para evitar aqueles que se aproximam para se aproveitarem, o monegasco acabou se tornando mais fechado nas relações pessoais, mas garante que não se tornou arrogante, um adjetivo que o incomoda, segundo diz em entrevista à “Sky Itália”.

– A única crítica que me toca é a de que sou arrogante, porque sei que não mudei. Meu pai e Jules Bianchi (ambos já falecidos) me ensinaram a manter os pés no chão. Mas enquanto piloto, todo mundo quer ser seu amigo e, às vezes, você acaba com isso. Mas me toca pessoalmente quando alguém me chama de arrogante – afirma o monegasco.

Leclerc também revelou que a rivalidade entre ele e Max Verstappen, que teve início nos tempos de kart e que se tornou ainda mais forte na temporada 2019 de Fórmula 1, quando ambos se encontraram mais de uma vez nas pistas, chegou a se tonar insuportável. Contudo, segundo explica Leclerc, os amadureceram e superaram as diferenças a ponto de hoje conseguirem conversar um como outro.

– Não nos suportávamos antes, mas com o tempo amadurecemos e agora conversamos um com o outro. Nós progredimos. No final das contas, ele também é um bom menino, mas quando colocamos nossos capacetes, há a mesma rivalidade que havia no kart – revela.

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