
Galo começa a dar as caras em estilo de jogo dinâmico
A apresentação do Atlético-MG diante do Cerro Porteño, na noite desta terça-feira (4), até pelo placar ampliado (não só por isso), foi de longe a melhor sob o comando do treinador Cuca. Para quem vive uma grande pressão no cargo há menos de um mês, o técnico poderá respirar aliviado, pelo menos neste momento. Qualquer empolgação no futebol é perigosa, mas o desempenho do time mineiro nos 4 a 0 demonstrou nítida evolução.
Cuca se precipitou após ser derrotado no clássico pelo Cruzeiro, ao traçar 10 dias para ser cobrado novamente, dando a entender que a equipe estaria alinhada. O prazo foi maior, mas a promessa de ter um Atlético mais preparado para partidas importantes foi cumprida. Agora, o trabalho é de continuidade.
O que mais saltou aos olhos na vitória no Mineirão foi o jogo coletivo, aliado à fase artilheira de Hulk. Com um Cerro Porteño cambaleante na saída de bola, o Atlético subiu as linhas, marcou de perto, roubou bolas e construiu a vitória de pé em pé.
Cuca tirou Tchê Tchê da cabeça de área. Ainda que o meia tenha jogado uma boa parte na linha de Allan, mais defensivo, teve a possibilidade de ser determinante com a bola no pé. Dois passes perfeitos para Savarino, o primeiro para resultar no gol de Hulk (2 x 0), e o outro no gol do próprio venezuelano, já quando Jair havia substituído Allan, pendurado com o amarelo.
Essa posição é a última que o treinador ainda precisará definir no time, ainda que haja outras disputas, como Mariano x Guga na lateral direita (Guga fez outro bom jogo, principalmente na marcação), Igor Rabello ou Réver ao lado de Alonso. Mas é o primeiro volante que o treinador ainda precisa definir. Tchê Tchê, por lá, teve tomadas técnicas de decisão que resultaram em falhas. Não é a dele. Mas sua titularidade não pode ser contestada, ainda mais com Zaracho no DM.
Voltando para o ataque, Keno tem bola para seguir intocável, mas precisa de mais assertividade quando chegar perto da área, seja no drible, ou (e principalmente) nas finalizações. Está longe de ser o protagonista que foi no ano passado. Talvez nem seja mais preciso ter a bola de segurança no camisa 11 para que o Atlético crie perigo, mas o ponta pode muito mais.
O espírito do clube mineiro foi certeiro no jogo. Roubadas de bola no próprio campo – Nacho Fernández, correndo feito louco, preciso nos passes e na ocupação de espaços, com toques de primeira. O Atlético de Cuca é outro: competitivo. Um ajuste aqui, outro ali, com o banco de reservas dando respostas – goleada fechada na cabeça de Eduardo Vargas, com Sasha e Diego Tardelli formando o ataque na reta final.
O torcedor tem razões para se empolgar, ainda que a missão de continuar no ritmo apresentado seja árdua e que oscilações sejam prováveis. O Atlético é líder do grupo, praticamente finalista do Campeonato Mineiro, fez boas partidas, goleou, tem artilheiro, zaga sem levar gols. Difícil reclamar.
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