Falhas desnecessárias não serão perdoadas por adversários mais fortes
Após os tropeços contra América-MG e Tombense, o Cruzeiro reencontrou o caminho das vitórias no Mineiro ao bater o Boa Esporte por 1 a 0, em Varginha. Jogo de uma equipe com escalação pouco mexida, dois tempos com atuações distintas e sofrimento desnecessário contra o lanterna do campeonato.
Felipe Conceição, seja por opções táticas/técnicas ou por necessidade, ainda não repetiu o time de um confronto para outro nesta temporada. Mas as mexidas em Varginha foram pontuais, dando indícios de qual é a equipe que considera titular neste momento. A sequência dessa escalação (ou pelo menos de grande parte dela) ajudará no processo de evolução coletiva.
Ainda que o Boa Esporte seja muito frágil, o Cruzeiro teve sim, uma evolução dentro do que foi apresentado nos últimos jogos. Desta vez, a palavra foi usada pelo técnico com justiça na entrevista coletiva. Foi a partida em que teve maior tempo de soberania sobre o rival, desde a estreia na temporada, quando amassou o Uberlândia no Parque do Sabiá.
Em Varginha, o Cruzeiro foi dono do primeiro tempo. Conseguiu dominar o meio-campo, chegar por dentro e pelas beiradas, com laterais participando bastante da construção e com Rafael Sobis ditando o ritmo do time. Entre os extremos, atuações opostas. Bruno José muito bem no jogo, e Airton errando em gestos técnicos e também nas tomadas de decisões.
O Cruzeiro transformou o domínio em finalizações. Nos primeiros 48 minutos, foram 11. O rival, no entanto, deu somente um chute a gol no primeiro tempo. O pecado da Raposa foi não ter tornado o domínio em autoridade no placar. A equipe sentiu falta de ter mais gente na grande área. Assim como em outras partidas, o aproveitamento em finalizações foi muito ruim em Varginha, o que claro, prejudicou o andamento do restante do jogo.
A segunda etapa foi de sustos completamente desnecessários. A mesma facilidade que o Cruzeiro teve na etapa inicial, o Boa teve nos primeiros minutos do tempo final. O meio-campo esteve perdido como em outros momentos da temporada, mas melhorou consideravelmente com as entradas de Rômulo e Matheus Neris. Matheus Barbosa também cresceu e foi a principal peça de armação.
O ímpeto do Boa diminuiu, mas o time ainda teve boas chegadas, sendo uma salva por Cáceres, outra por um toque na mão de Jefferson, e a principal delas foi um milagre feito por Fábio, já aos 35 minutos. No segundo tempo, foram seis finalizações para cada lado, prova do que foi a queda de produção do Cruzeiro, que só assustou realmente o rival aos dois minutos, em finalizações de Bruno José e Sobis. O camisa 10, inclusive, foi dono da partida, com nove chutes a gol.
Na quarta-feira (7), o Cruzeiro encara o Coimbra, equipe que também briga contra o rebaixamento. No domingo (11), a partida mais difícil deste início da temporada, contra o Atlético-MG, que exigirá muito da equipe de Felipe Conceição. Certamente, um rival que não perdoará falhas cometidas pelo time celeste no segundo tempo contra o Boa Esporte, por exemplo. Fica de positivo a definição de boa parte do time, a retomada do volume ofensivo e a atuação de destaque do Rafael Sobis.
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