Timão vence jogo com repercussão ruim pelo cenário de pandemia
Foi sintomático que o minuto de silêncio proposto pela Federação Paulista de Futebol para o minuto 22 da partida acontecesse logo após o gol do Corinthians na vitória por 1 a 0 diante do Mirassol, nesta terça-feira (23). Também por conta da checagem do VAR, a comemoração foi comedida.
A realização de um confronto de Campeonato Paulista em terras cariocas, driblando as recomendações do Governo de São Paulo, foi polêmica. Os times foram a Volta Redonda devido ao endurecimento das medidas restritivas contra a pandemia do novo Coronavírus.
Não se pode negar os fatos: foi uma boa partida de futebol, com 34 finalizações. Divertido, como se não houvesse no país uma mobilização gigante e uma preocupação com o aumento dos óbitos pela Covid-19. Foram 3.158 na terça-feira. O Mirassol finalizou 22 vezes e o Corinthians 12.
Em sua entrevista pré-jogo, Vagner Mancini disse que não há comprovação científica de que não se deve jogar futebol, embora já tenha sofrido recentemente com um surto do vírus dentro de sua própria equipe. Na próxima sexta-feira (26), o Timão encara o Retrô-PE, em Saquarema, pela Copa do Brasil, às 21h (de Brasília).
O jogo
Com o apito inicial, o Mirassol iniciou melhor. Botou a bola no chão, trocou passes e criou três chances de gol em 15 minutos. A resposta do Corinthians foi certeira. Gabriel “cantillou” mais uma vez e deu ótimo lançamento para Fagner, que achou Gustavo Mosquito fechando por dentro para abrir o marcador. O atacante, que voltava após se recuperar de uma lesão, foi uma boa alternativa de escape.
No 4-1-4-1, o Corinthians tinha em Otero seu principal articulador por dentro, mas o venezuelano não fez uma boa primeira etapa. Ramiro, também formando o meio-campo, deu bom balanço.
Titular pela sexta vez seguida, Rodrigo Varanda ficou aberto pela esquerda, mas encarava pouco seus marcadores de frente. Algo que Vagner Mancini reclamou à beira de campo. Na melhor chance, invadiu a área, usou sua habilidade no enfrentamento e deu finalização bastante perigosa.
O Mirassol quase venceu o empate ainda no primeiro tempo. Após jogada recuperada, Otero optou por driblar dentro da pequena área, foi cercado pelos rivais e perdeu a posse. Fabrício, debaixo da trave, furou na hora H. Foi uma chance de ouro, mas não a maior delas.
Veio o segundo tempo, e embora o Mirassol seguisse atacando muito, o Timão teve a partida mais em suas mãos e quase ampliou a vantagem em ótimo chute de Ramiro, que acertou o travessão. Entraram Léo Natel, Cauê, Cazares, Camacho e Bruno Méndez na saída de Mosquito, Jô, Rodrigo Varanda, Ramiro e Fagner, machucado.
Principal jogador da equipe no Campeonato Brasileiro, Cazares não conseguiu entrar bem mais uma vez. Recuado, o Timão foi chamando o Mirassol para o seu campo e nos acréscimos, uma bola cruzada acertou a mão de Fábio Santos. Pênalti cobrado por Fabrício e defendido com eficiência pelo goleiro Cássio.
O Corinthians chegou a oito partidas de invencibilidade, com quatro vitórias seguidas. Três confrontos seguidos sem gols sofridos, contando as vitórias diante de São Caetano (1 a 0) e Salgueiro (3 a 0), além do duelo no estádio Raulino de Oliveira diante do Mirassol.
Contra o Retrô-PE, fundado em 2016 e que vive ano de estreia na Copa do Brasil, o Corinthians colocará seu favoritismo em campo para tentar finalizar a viagem ao Rio de Janeiro com uma classificação para a próxima fase do torneio nacional.
Em termos futebolísticos, a vitória contra a boa equipe do Mirassol se torna importante na classificação e traz motivação para um elenco que vive um momento de formação na temporada que se inicia.
Para boa parte da torcida, que assistiu com espanto as ordens e notas da FPF e CBF durante a semana, foi difícil olhar para o Corinthians em campo em Volta Redonda e enxergar um mundo normal. O “Paulistão in Rio” teve incômodo.
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