Camisa 7 faz bom primeiro tempo e se destaca diante da Ferroviária
Se você não estiver acostumado com o linguajar de reality show, eu te explico: uma “planta” é aquele indivíduo que participa do Big Brother Brasil com atuação de figurante, sem chamar a atenção. Como um vaso de flor encostado na sala de espera de um consultório médico. Que quase ninguém nota. Explicado! Agora vamos ao futebol.
Luan mostrou na noite de terça-feira (13) que ainda há esperança. Sim, ele pode deixar de ser uma planta no Corinthians, pode passar a ser notado e quem sabe, até chamar o protagonismo.
Basta manter viva a chama que teve nos 45 minutos do primeiro tempo na derrota por 2 a 1 para a Ferroviária, em Araraquara, e prolongar esse bom futebol por mais tempo, sem sumiços na parte final da partida.
Dias depois de vencer o Guarani por 1 a 0 com uma atuação ruim no Brinco de Ouro da Princesa, o Timão caiu para a Ferroviária, mas conseguiu mais elogios do que críticas. Sinal de que a sequência de dez partidas invictas era enganosa e tinha pouca valia neste momento da temporada.
Desta vez, o Corinthians perdeu, mas animou a Fiel. Com uma equipe completamente modificada, o time corintiano mandou no confronto mesmo fora de casa na primeira etapa. Escalado no 4-1-4-1, o Timão jogava em uma espécie de 3-2-4-1, com um volante sempre iniciando as jogadas entre os zagueiros. Primeiro, com Camacho na função. Depois, com Xavier assumindo esse papel de iniciação.
Luan, que um dia antes havia dado uma entrevista cobrando mais oportunidades, fez uma ótima primeira etapa. Depois, foi mantido em campo até os 40 do segundo tempo já sem o mesmo vigor. O saldo, porém, foi positivo. Ele buscou o jogo, desarmou, rodou a bola, finalizou três vezes contra o gol do goleiro Saulo e deu a assistência para o gol de Camacho. Errou apenas cinco de 50 passes.
O camisa 7 não foi o único motivo de esperança. João Victor, improvisado novamente como lateral-direito, e Raul Gustavo, zagueiro pela esquerda, tiveram atuação de destaque. Até Otero, em fim de contrato, movimentou-se bastante e mostrou mais do que costuma pelo Corinthians. Jô, por outro lado, manteve atuação apagada, o que deve abrir caminho para Cauê.
O problema do Corinthians em Araraquara foi não conseguir manter a regularidade, algo talvez até natural para uma equipe tão modificada. O ritmo caiu, a Ferroviária se organizou bem e conseguiu empatar após uma vacilada de Xavier, que se privou do chutão e perdeu bola dentro da pequena área.
Foi também em um erro bobo que veio a virada, já no fim. Cássio botou só Araos na barreira e na cobrança, Xandão definiu a vitória de uma competitiva Ferroviária, que já havia criado vários lances de perigo na partida, na maioria deles parando nas boas decisões do mesmo Cássio em saídas do gol.
Do banco, o treinador Vagner Mancini mexeu na equipe com Roni, Gabriel Pereira, Ramiro, Adson e Araos. Nenhum deles conseguiu fazer o time retomar o nível da primeira etapa. Ao menos, tiveram chance.
Ciente de que o Corinthians não fará grandes contratações neste ano, o torcedor corintiano se alegra quando vê coisas novas sendo testadas, seja com atletas da base que ainda não ganharam chance ou com jogadores que já pareciam esquecidos no elenco e que dão sinais de que podem renascer.
Vencer ou perder sempre é importante, mas o ano do Timão é mais do que isso. É importante que Mancini recupere os ativos do clube e encontre novos. O clube precisa apostar em vendas para recuperar seu poder de compra. Para que não fique fadado a ser “planta” em campeonatos futuros.
Quanto à derrota, não há tempo para lamentação. O time agora faz dois jogos em casa: contra o São Bento, sexta (16), às 20h (de Brasília), e contra o Ituano, domingo (18), às 22h (de Brasília). Vem sequência para Luan?
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