Brasileirão: Clubes pedem anulação de jogos e pressionam árbitros e CBF

Crédito: Divulgação/CBF
Crédito: Divulgação/CBF

Grêmio e São Paulo acionaram STJD pedindo por erros da arbitragem

No início dessa semana, as diretorias de São Paulo e de Grêmio oficializaram pedidos de anulação de jogos por conta de erros de arbitragem que possivelmente mudaram a história de seus jogos e prejudicaram suas equipes.

O caso do Grêmio

O Grêmio oficializou sua reclamação referente a arbitragem no empate em 0 a 0 com o São Paulo, no Morumbi, pela 17ª rodada do Brasileirão. O clube ingressou nesta terça-feira com um pedido de anulação da partida no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O clube também quer o afastamento de Leonardo Gaciba da Comissão de Arbitragem da CBF até que os fatos sejam esclarecidos.

Conforme nota publicada no site do STJD, o Grêmio anexou ao pedido um documento em que cita a troca de arbitragem horas antes da partida e que isso interferiu em no mínimo quatro lances capitais do jogo. O clube gaúcho entende que a mudança na arbitragem foi feita de “forma arbitrária e unilateral”, após uma reunião entre representantes da CBF e do São Paulo. A diretoria gremista diz ainda que o fato “mais grave” é que o árbitro sequer deu oportunidade de que o VAR fosse consultado.

O Grêmio cita quatro lances em que sentiu prejudicado em sua reclamação. Os lances de Reinaldo em Pepê e Geromel , com pênaltis requisitados, e pisões de Daniel Alves em Luiz Fernando e Tchê Tchê em Alisson para análise de expulsões.

Em manifestação feita no seu Twitter pessoal, o ex-diretor de futebol do Grêmio, Deco Nascimento, declarou total apoio à postura do clube:

“Temos que reclamar sim. Exercer o nosso direito, temos que parar de ser acomodados, estou falando como cidadão e vale para as entidades. Talvez este seja o nosso problema como sociedade, aceitar as coisas como elas são e não fazer nada para tentar mudar”, postou

O Caso do São Paulo

Já o São Paulo entrou na última segunda-feira (19) no STJD com uma ação para tentar a anulação da partida contra o Atlético-MG, no Mineirão, pela 7° rodada Campeonato Brasileiro. O clube alega que houve erro de direito na anulação do gol de Luciano pelo VAR.

A solicitação do Tricolor Paulista acontece depois que Leonardo Gaciba, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, admitiu em entrevista ao Seleção SporTV na semana passada que houve um erro na utilização do VAR no lance que anulou um gol de Luciano por impedimento – o jogo estava 0 a 0.

– O que nós pedimos fundamentalmente é a anulação da partida. O São Paulo entrou com esse pedido porque foi prejudicado pela má aplicação ou pela aplicação errada da regra do jogo. O São Paulo sempre entendeu, desde o momento do lance do Luciano, que foi prejudicado. A única diferença é que só tivemos elementos que comprovaram o prejuízo do São Paulo na última quarta-feira, na entrevista que o Gaciba deu e posteriormente na quinta-feira, em reunião que a gente já tinha agendado na terça. – afirmou o gerente executivo de futebol Alexandre Pássaro, ao Globo Esporte

Além do lance de Luciano, o clube reclama do soco de Jô em Diego Costa no clássico contra o Corinthians (o atacante não foi expulso), pelo Brasileirão, e do tempo de acréscimo e de um suposto pênalti contra o Fortaleza, semana passada, pela Copa do Brasil. Estes, porém, não fazem parte da ação.

A pressão dos clubes e o possível futuro

A comentarista e ex-árbitra Renata Ruel explicou a pressão feita pelos clubes no caso.

“A pressão existe em todo jogo para a maioria dos árbitros. Mas a arbitragem costuma entrar em campo já com medo de errar e ser punido.”

Em entrevista ao site Lei em Campo, o advogado de direito esportivo, Gustavo Souza, disse ainda que os clubes tem consciência de que “não vai dar em nada” e os jogos do Brasileirão não serão anulados.

“Eles têm consciência de que não vai dar em nada. Mas é uma maneira de fazer uma pressão psicológica no intuito para que a arbitragem tome mais cuidado nas próximas partidas. É um movimento de pressão para um efeito psicológico do que a busca pelo efeito prático.”

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