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Aguirre: o treinador que abriu as portas para estrangeiro no Atlético-MG

    Foto: InfoEsporte

    Uruguaio foi o primeiro técnico de fora do Brasil a comandar o Galo desde Dario Pereyra, em 1999

    A estratégia da diretoria atleticana para alcançar sucesso dentro dos gramados neste ano, foi a contratação de técnicos estrangeiros, já que somente nomes do exterior lideraram o clube neste ano: Rafael Dudamel e Jorge Sampaoli. Mas o precursor no quesito neste milênio foi Diego Aguirre, apresentado na Cidade do Galo em 3 de dezembro de 2015.

    O episódio do uruguaio por Belo Horizonte não foi umas das melhores em relação aos resultados, derrotado na final do Campeonato Mineiro para o América e eliminado pelo São Paulo na Copa Libertadores. Porém, talvez o maior legado de Aguirre no Galo tenha sido resgatar a tradição de treinadores gringos no time.

    Escolas de outros países assinaram a história do Atlético-MG, principalmente até a década de 1960. O húngaro Eugenio Marinetti Medgyessy foi quem deu o pontapé inicial e quem dirigiu o alvinegro de 1921 a 1923. Passando por nomes renomados como Felix Magno, Ricardo Diez – treinador da excursão à Europa que originou os Campeões do Gelo – Ondino Vieira e Fleitas Solich, a contratação de treinadores estrangeiros que desacelerou em 1968.

    Depois de ter somente brasileiros como treinadores na década de 1970, foi a vez do uruguaio Oliveira ser o responsável pelo vestiário alvinegro, em 1985. Por consequências de dores na região lombar, se aposentou e logo após o ex-zagueiro assumiu o time por meio de um pedido do grupo de atletas da época. Somente 14 anos depois, outro histórico jogador do país vizinho comandou o Galo, o também ex-defensor Dario Pereyra, em 1999.

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    Aposentado no final de 2015 para competição da temporada seguinte, Aguirre chegou na Cidade do Galo para completar a trinca Charrúa de técnicos do Atlético-MG em sequência. A contratação do ex-jogador do Penãrol chegou 30 anos depois da efetivação de Oliveira.

    Acompanhando uma tendência de todo o país neste ano, que atingiu cinco técnicos estrangeiros entre os 20 clubes da Série A, a diretoria alvinegra replicou a tática dos antigos cartolas do time. Depois da curta e frustrada experiência com o venezuelano Rafael Dudamel, foi a vez de uma aplicação pesada e até o momento certeira, em Jorge Sampaoli.

    Após o vice-campeonato brasileiro conquistado com o Santos, com modelo de jogo ofensivo e marcante, o argentino entrou como um dos nomes mais queridos pelos grandes times do Brasil. Depois da negociação inicial decepcionante com o alvinegro e falta de acordo com o Palmeiras, o técnico foi selecionado para liderar a reformulação do Galo após saída de Dudamel.

    O fato é que quase 100 anos passados da chegada do primeiro técnico estrangeiro do time, Sampaoli tem a possibilidade de se tornar o primeiro deles a ganhar um título nacional. Disputando o Campeonato Brasileiro como líder, caso consiga erguer a taça em fevereiro, o argentino poderá assinar seu nome na ponta da lista dos 13 gringos que colaboraram a construir a história alvinegra.

    Os técnicos estrangeiros do Atlético

    • 1921/1923 – Eugenio Marinetti Medgyessy (Hungria)
    • 1944 – Gregório Suarez (Argentina)
    • 1945 – Ignác Amsel (Hungria)
    • 1946/48 – Felix Magno (Uruguai)
    • 1947 – Dario Letona (Peru)
    • 1950/51, 1955/56 e 1958 – Ricardo Diez (Uruguai)
    • 1954/55 – Ondino Vieira (Uruguai)
    • 1967/68 – Fleitas Solich (Paraguai)
    • 1985 – Olivera (Uruguai)
    • 1999 – Dario Pereyra (Uruguai)
    • 2016 – Diego Aguirre (Uruguai)
    • 2020 – Rafael Dudamel (Venezuela)
    • 2020 – Jorge Sampaoli (Argentina)

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    Fonte: Globo Esporte