Peso-pesado do UFC, lutador baiano desafia compatriota alegando problema pessoal, mas já coloca outro rival na mira
O peso-pesado Carlos Boi vem de duas vitórias consecutivas no UFC, a última conquistada no último sábado (16) diante de Justin Tafa, na Ilha da Luta, mas o desejo do lutador baiano é enfrentar um compatriota que tem duas derrotas em três lutas na organização. Segundo Boi, em coletiva após o primeiro card do UFC neste ano, a questão a se resolver é pessoal. Ele quer encarar Raphael Bebezão, que inclusive está suspenso pela USADA (Agência Antidopagem dos EUA) até março. Mas se o desafeto não quiser, Boi já tem outro nome na ponta da língua.
“Queria satisfazer um desejo pessoal de bater no Bebezão. Todo mundo está careca de saber disso, vou chamar, é minha última tentativa. Ele é frouxo, está com o contrato por um fio, e ele é burro, ao invés de comprar essa briga para tentar salvar o contrato dele, não, ele fica se escondendo. Ele é tão frouxo que me bloqueou, bloqueou o meu treinador e o meu empresário no Instagram. A galera que torce para mim fica encaminhando as coisas para ele, que visualiza e não responde nada. Vou chamar mais uma vez: Bebezão, p***, vamos lutar c***, larga de ser frouxo! Mas se ele não quiser, tem um cara que não gosto muito e ficaria muito contente em bater, que é o Maurice Greene. Não vou muito com a cara dele”.
Boi e Tafa fizeram uma luta de três rounds bastante movimentada, e a vitória do brasileiro veio por decisão dividida (28-29, 29-28 e 29-28). O lutador admitiu que ficou temeroso de ter perdido o último round.
“Realmente achei que perdi o primeiro round, a equipe sabia também, então tivemos que mudar a estratégia para pressionar mais ainda no segundo e terceiro rounds. O segundo tinha certeza de que tinha ganhado, ele sentiu várias mãos, consegui botar pressão contra ele na grade. No terceiro, fiquei um pouco receoso porque ele ficou me botando de costas na grade muito tempo, ficou aquele jogo chato. Ele ainda conseguiu meio que me dar uma queda, mas consegui me levantar rápido. Foi uma decisão dividida, mas acho que mereci a vitória sim. E vamos trabalhar para na próxima ser um outro show desse”, afirmou, em entrevista ao canal do UFC nos bastidores.
Com um cartel de dez vitórias e uma derrota, Carlos Boi se disse surpreso com a atuação do australiano, que iniciou a luta disparando fortes chutes baixos e na região da linha de cintura do brasileiro. E ainda fez o terceiro round equilibrado mostrando fôlego.
“Ele está de parabéns, sinceramente não esperava que para o terceiro round seria desse jeito, que seria essa luta apertada, essa guerra. Não achava que ele aguentaria meu ritmo, mas aguentou bem, me surpreendeu. Ele não veio no primeiro round com o jogo que a gente estava esperando, mas temos que estar esperando tudo, então a gente treina tudo. Ele ganhou o primeiro round, mas demos a volta por cima. Mas gosto dessa guerra, estou realizado, foi melhor que se tivesse ganhado por nocaute, gosto de dar essa alegria aos fãs, gosto dessa atmosfera de guerra”.
O brasileiro ainda deu destaque ao fato da arena em Abu Dhabi contar com o público. Foram dois mil ingressos à venda. Carlos Boi citou ainda uma torcida pelo adversário no começo da luta.
“Para mim é melhor com a audiência, sou um lutador muito emotivo. Quando digo emotivo, não quero dizer que me abalo na luta, mas me deixo levar pelas emoções durante a luta, então com a plateia aplaudindo sempre cresço. Se a plateia torcer contra é melhor ainda, gosto disso, inclusive no primeiro round senti que a galera gostou mais dele e isso contribuiu para eu ir crescendo. Gosto da adversidade. Fui uma pessoa obesa quando era pequeno, sei o que é sofrer bullying, não é nada que vá me parar ou colocar para baixo. Quem torce contra, desculpa outra vez, quem está comigo, estamos juntos”.
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