Equipe comandada por Cuca tem melhora considerável
O Atlético-MG passeou sobre o Deportivo La Guaira nessa terça-feira (25), no Mineirão. A goleada de 4 a 0 pelo time comandado por Cuca nesta Libertadores, ilustra bem o que foi a partida. Liderança absoluta atleticana, com grandes atuações individuais e ótimo rendimento coletivo. Vale lembrar: esse mesmo La Guaira deu trabalho na primeira rodada do Grupo H, na Venezuela. E isso exemplifica bem a evolução enorme e evidente da equipe alvinegra no torneio.
Em Caracas, em 21 de abril, um Galo sem repertório. É claro que a retranca venezuelana precisa ser dita. O La Guaira marca em um 5-4-1 muito fechado e compacto. Entrar com tabelas, por dentro, era quase impossível. E nesse tipo de jogo, que certamente vai reaparecer na temporada, é necessário achar alternativas.
Na estreia da Libertadores, o Atlético sofreu nessa busca e só empatou, com gol de Zaracho, que saiu do banco para a segunda etapa. No Mineirão, o Galo soube superar a retranca com muita tranquilidade.
É bem verdade que neste jogo, a estratégia do La Guaira de atuar fechado e por uma bola durou pouco. Mas não foi tão pouco assim. Nos primeiros 20 minutos, cenário parecido ao encontrado na Venezuela: adversário muito fechado, e um Atlético, com laterais jogando como pontas, buscando o jogo pelos lados.
Guga e Arana atuaram colados às linhas laterais para tentar abrir espaços na defesa do La Guaira, que se fechava bem. Cruzamentos não significavam falta de repertório, e sim falta de espaços pelo meio. Se não dá para chegar pelo caminho X, é necessário buscar o caminho Y.
Mas uma hora o rival precisaria sair. E quando saiu, o Atlético foi fatal. Aos 24 minutos, em transição rápida, após o La Guaira se expor, Tchê Tchê encaixou lindo lançamento para Hulk, que tomou a decisão errada ao entrar na área e mandou para fora. Três minutos depois, aproveitando nova exposição do setor defensivo do adversário, o Galo abriu o placar após lindo passe de Guilherme Arana e bela assistência de Hulk. Savarino guardou.
Ali, naquele momento, a partida se tornou fácil para o Atlético. O La Guaira, que já não poderia passar o duelo inteiro apenas se defendendo, teve que se expor ainda mais. E aí virou presa fácil. Com a qualidade muito superior à do oponente, o Galo encaixou boas jogadas, acertou triangulações, marcou saída de bola e fez os outros gols com naturalidade. A goleada (completada com gols de Marrony, Hulk e Nathan) poderia ser até maior. O rival “não viu a cor da bola”.
Análises individuais e perspectivas
Foi uma daquelas partidas difíceis de achar defeito também individualmente. Everson foi um mero espectador. É impossível não reconhecer a enorme evolução de Guga (especialmente no campo ofensivo) neste ano, com Cuca. Arana manteve o padrão de excelentes atuações. Os zagueiros pouco trabalharam, e Igor Rabello segue em constante crescimento, merecendo a titularidade absoluta ao lado de Junior Alonso.
Os volantes atuaram bem, com qualidade na saída de bola e assertividade em bolas longas. Na frente, Nacho Fernández teve mais uma noite de “cérebro”, Savarino prova cada vez mais sua importância na equipe, Marrony mostrou (mais uma vez) que tem qualidade para brigar por titularidade, e Hulk foi o melhor em campo. Os reservas também foram bem, como Nathan, que entrou e fechou a goleada.
Se a noite foi daquelas para ninguém colocar defeito, a rápida evolução do Galo precisa ser destacada. Como destacado no começo deste texto, a estreia na Libertadores foi há pouco mais de um mês. Naquele momento, a equipe estava longe de ser confiável e de produzir um futebol condizente à qualidade do elenco. Hoje, expectativa e realidade estão muito mais próximas.
O cenário é animador. O Campeonato Brasileiro começa no domingo (30), a Copa do Brasil no próximo meio de semana, quando também há o sorteio das oitavas de final da Libertadores. O Atlético pode pegar oponentes fortes e tradicionais (São Paulo ou River Plate, por exemplo), mas está pronto para enfrentar qualquer um deles. Se vai ganhar ou não, só os 180 minutos vão dizer, mas o atleticano não tem motivos para temer o mata-mata.
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