Bicampeão alega que terá poucas oportunidades de andar no carro e se acostumar novamente com a velocidade da categoria
Apesar do empenho que tem demonstrado na preparação para o retorno à Fórmula 1, em 2021, Fernando Alonso disse que não estará 100% para quando alinhar no grid para a primeira corrida da próxima temporada. O piloto da Renault (que passará a se chamar Alpine Renault no ano que vem) disse que o número de testes antes do campeonato será insuficiente .
“Imagino que vão demorar algumas corridas, na verdade. Porque os testes limitados para o próximo ano, se vão ser uma dificuldade para todos, ainda mais para mim, porque terei passado dois anos fora do carro. E acho que terei apenas um dia e meio de testes de inverno. Você não pode se preparar para um campeonato mundial em um dia e meio”, disse Alonso ao site francês “Motorsport.com”.
Nesta quarta-feira (4), Alonso testou um modelo Renault de 2018 no Barein, pois já estourou a cota de 100 quilômetros de treinos de “filmagem” com um carro atual. O bicampeão completou 93 voltas, quase o dobro da distância de um grande prêmio normal (57 voltas) Diante desse quadro, o espanhol busca soluções para se encontrar mais rapidamente quando for pilotar para valer:
“É assim mesmo, vou tentar criar no simulador algumas coisas que precisamos para economizar tempo no carro real, para ajustar as configurações. Mas é uma nova equipe com novos botões no volante, novos procedimentos, novos engenheiros, um monte de coisas novas que vão demorar um pouco, mas vou tentar fazer isso o mais rapidamente possível”.
Para a primeira etapa dos testes, Alonso utilizou pneus macios para se reacostumar com a velocidade dos carros da categoria após mais um de ano longe da F1.
“Voltar para a velocidade da F1 não é tão fácil. Depois de 18 anos, retornando após um ano fora, é verdade que você perde um pouco do ponto de frenagem, perceber o quão rápido as curvas chegam, a performance e a velocidade, então ainda há muitas coisas com as quais eu preciso me acostumar novamente”, disse o espanhol em outubro, após seu primeiro teste com a Renault.
A equipe nutria expectativas de integrar Alonso aos testes de pós-temporada promovidos pela Pirelli, fornecedora de pneus da F1, voltados para pilotos que não tenham participado de mais de duas corridas na categoria – com os carros atuais. No entanto, a solicitação da Renault foi vetada pelas equipes devido ao fato do espanhol não se enquadrar nos requisitos para os treinos.
Já na quinta-feira, dia 5, o bicampeão deve utilizar pneus duros e concentrar os testes em simulações de corrida na pista, que receberá a F1 em 29 de novembro e 6 de dezembro. Além do trabalho atrás do volante, Alonso tem treinado no simulador da Renault e também participa do dia a dia do time nas últimas etapas da atual temporada da categoria.
O bicampeão, que deixou a categoria em 2018, vai reeditar sua parceria com a equipe francesa pela qual conquistou seus títulos em 2005 e 2006. Ao contrário dos testes anteriores, que foram dias de filmagens, Alonso teve limite de cronometragem durante as sessões no Barein, a bordo do RS18. Alonso não corre na Fórmula 1 desde o fim de 2018, pela McLaren. Curiosamente, o espanhol substituirá na equipe francesa o australiano Daniel Ricciardo, que vai para a escuderia inglesa no ano que vem.
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