Apenas contra o Botafogo um jogador lapidado no clube não iniciou a partida
Desde o retorno do treinador Abel Braga no comando do Inter, os garotos lapidados no clube ganharam mais espaço. Inclusive, marcaram presença em todas as 10 partidas do técnico à frente da equipe. Em busca de maior tempo em campo, agora precisam se consolidar como peças essenciais ao clube.
A vitória por 2 a 0 sobre o Palmeiras na noite do último sábado (19) ficou marcada pela despedida de D’Alessandro. Abel, entretanto, aproveitou o jogo e aprovou esta ideia de aproveitamento da base. Quatro atletas oriundos das camadas inferiores iniciaram a partida: Heitor, Rodrigo Dourado, Praxedes e Caio.
O levantamento não coloca Rodrigo Moledo, que veio para o Inter B em 2009, deixou o clube em outras duas oportunidades e foi repatriado em 2018. Dourado, diga-se, já está afirmado há pelo menos cinco anos. Inclusive, enverga a braçadeira de capitão quanto atua.
Praxedes é o principal expoente desta passagem de Abel pelo Beira-Rio. O treinador se encantou com o garoto de 18 anos. O meio-campista foi promovido por Eduardo Coudet depois de ser o destaque da conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Porém, firmou-se de vez neste fim de ano.
No sábado (19), Praxedes iniciou a partida mesmo um dia após defender a seleção sub-20. Acabou substituído no intervalo por Yuri Alberto, que marcou o segundo gol do colorado. Abelão até lamentou que o pupilo não repetiu a produção dos confrontos anteriores, mas o respaldou e já antecipou a escalação contra o Bahia.
“(Praxedes) ficou bem abaixo do que apresentou contra o Boca. Mas a responsabilidade é minha. O pedido era que não jogasse. Foi até onde deu. Errou muito, muito. Mas o tranquilizei para o próximo jogo. Problema zero. Ele vem com uma cultura do clube, tem um sentimento diferente do que o que você contrata. Acho que isso é a solução de todos os clubes”, disse o treinador.
Nos 10 jogos até o momento, somente na vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo Abel Braga não contou com alguém da base entre os 11 iniciais – Heitor, Rodrigo Dourado, Caio e Peglow entraram na segunda etapa.
No empate em 2 a 2 com o Atlético-MG, só Dourado começou. Já no triunfo por 1 a 0 sobre o Boca Juniors em La Bombonera, apenas Praxedes foi titular. No entanto, Abel nunca usou menos de três formados no Beira-Rio ao longo dos jogos.
“A base do Inter está muito valorizada, muito bem dirigida. (Segunda-feira passada) fizemos um treino de quem não jogou com os meninos da base. Outros que nem estão no grupo me chamaram atenção. Fico feliz. É uma forma de ajudar o clube. Isso não passa batido por mim. Na qualidade, jogará quem tiver mais”, completa o técnico.
Para rodar mais
Apesar das chances, os garotos ainda não têm muitos minutos em campo. Apenas Dourado e Zé Gabriel atuaram mais da metade do tempo na soma da “era Abel”, com 500 a 459 minutos, respectivamente. Praxedes, por exemplo, tem 183, o que dá pouco mais de duas partidas.
Sem compromissos ao longo da semana, o técnico tem a tranquilidade para testar formações e orientar os garotos para o confronto contra o Bahia, no próximo domingo (27), na Fonte Nova.
A provável escalação para o jogo da 27ª rodada do Campeonato Brasileiro conta com até quatro jogadores oriundos da base colorada: Danilo Fernandes; Rodinei, Lucas Ribeiro (Zé Gabriel), Víctor Cuesta e Uendel; Rodrigo Dourado, Edenilson, Patrick, Praxedes e Caio; Thiago Galhardo.
O Inter soma 44 pontos e ocupa a 4ª posição na tabela. O Bahia aparece em 16º, com 28. O jogo será disputado no domingo (27), às 16h (de Brasília), na Fonte Nova.
Minutos em campo:
- Zé Gabriel (21 anos) – 459
- Heitor (20 anos) – 387
- Caio (20 anos) – 206
- Praxedes (18 anos) – 183
- Nonato (22 anos) – 89
- Johnny (19 anos) – 87
- Peglow (18 anos) – 73
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