De principal jogador do Botafogo a alvo da torcida: a gangorra de Marcelo Benevenuto na temporada

Apesar das falhas, Marcelo manteve a titularidade e passou a ser criticado pela torcida
Apesar das falhas, Marcelo manteve a titularidade e passou a ser criticado pela torcida — Foto: Vitor Silva/Botafogo

Eleito um dos melhores zagueiros do Campeonato Carioca, cria da base alvinegra cai de produção no segundo semestre e sofre com desempenhos ruins no Campeonato Brasileiro

Muitas crianças pensam em jogar futebol quando crescer. Várias delas idealizam isso entre uma brincadeira e outra. Acontece que um jogador subiu e desceu nessa atual temporada: Marcelo Benevenuto iniciou muito bem no ano passado, foi eleito o melhor zagueiro do Campeonato Carioca ao lado de Rodrigo Caio, mas após a paralisação devido a pandemia do novo Coronavírus e o retorno do futebol, as coisas não foram mais as mesmas.

Na quarta temporada como profissional no Botafogo e aos 25 anos, Marcelo começou em alta. No primeiro amistoso com os titulares, o jogador marcou o gol que abriu o placar contra o Vitória-ES em Cariacica, quando Alberto Valentim ainda era o treinador do time e tinha Joel Carli como companheiro de zaga. Parecia o sinal de que uma ótima temporada estava por vir.

Natural de Resende, Marcelo considera que a cidade natal é onde fica mais feliz: “sempre que eu tenho uma folga vou pra lá”, disse em entrevista no início do ano passado no site do Globo Esporte. Fã do Chelsea, o atleta considerava que 2020 poderia ser de muitas alegrias. E assim foi no começo. Elogiado por Valentim no amistoso, a ideia era que a saída de bola iniciasse pelo camisa 14. Mas a troca de técnico ainda em fevereiro fez com que Paulo Autuori mudasse um pouco o estilo.

Em março veio a pandemia. Enquanto fazia dupla de zaga promissora com Kanu, que assumiu a titularidade no mês da paralisação, as coisas caminhavam para um Brasileirão promissor e tranquilo. Mas quando as competições voltaram, o Botafogo foi eliminado do Estadual, Paulo Autuori recebeu o reforço de Rafael Forster e começou a introduzir um esquema com três zagueiros.

A formação tática pode ajudar a explicar a queda de rendimento, mas não parece ser o único motivo. Ainda no primeiro turno, Marcelo começa a errar sistematicamente e isso mina a confiança do zagueiro.

Com contrato até 2023, renovado em maio de 2020, Marcelo chegou aos 100 jogos pelo Botafogo nesta temporada. Mas vieram os erros, as derrotas e o nervosismo começa a se tornar presente. No Campeonato Brasileiro foram seguidas as falhas que resultaram em gols contra Vasco, Bragantino, Atlético-GO, entre outros.

No jogo do returno contra o Atlético-MG, em que marcou o gol do Botafogo na derrota por 2 a 1 e teve participação ao não acompanhar Eduardo Sasha no segundo gol do Galo, Marcelo criticou a postura do time. No último jogo de Emiliano Díaz à frente da equipe, o zagueiro considerou que o Bota tinha uma lição a aprender.

“Nosso primeiro tempo foi ridículo. A gente não conseguiu trocar três passes, faltou coragem. No segundo tempo, esperamos tomar o gol para reagir. O Atlético está na ponta da tabela, é difícil correr atrás. Tentamos, mas não conseguimos. Fica de lição para o próximo jogo”, falou em entrevista ao ge.

O Botafogo precisa vencer as 7 rodadas restantes no Brasileirão se não quiser depender de outros resultados para evitar o rebaixamento. A improvável fuga da degole pode se tornar ainda mais difícil caso Kanu saia para o México. A próxima partida será o clássico contra o Fluminense, no próximo domingo (24), às 20h30 (de Brasília), em São Januário, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Botafogo está na última colocação, com 23 pontos e a 9 do Bahia, primeiro time fora da zona.

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